sexta-feira, 21 de outubro de 2022

Em celebração de 50 anos, 'Live at Pompeii', do Pink Floyd, ganha novas versões

Gastar um dinheiro absurdo para levar um car equipamento até um lugar deserto, inóspito e em um pais que ainda não tinha tradição de rock. E, pior ainda: fazer uma apresentação em público.

Nada fazia sentido na ideia de ocar para ninguém e para as areias das ruínas de Pompeia, uma cidade romana destruída em 79 a.c. após a erupção do vulcão Vesúvio, no sul da Itália.

"Live at Pompeii' se tornou uma das peças mais estranhas e cultuadas do mundo do rock, a ponto de suas imagens e áudios serem valorizadíssimos como bootlegs nos anos 70.

O lançamento do vídeo, em versão editada, foi lançada em 1972 e foi tratado como uma excentricidade de uma banda de rock progressivo tresloucada. Hoje o evento é tratado como um evento muito importante na história do rock.

Uma versão em DVD, com o devido tratamento e colorizada/recuperada foi lançada no começo os anos 2000 e reeditada em 2012 e 2016. O áudio ganhou nova mixagem a partir de fitas masters também recuperadas e depois de um tratamento rigoroso.

Para a comemoração dos 50 anos do vídeo, novas versões chegaram lojas, e a tecnologi atual melhorou o que já era muito bom. O resultado de 2022 é fabuloso.

A ideia de  filmar e gravar em Pompeia foi do cineasta Adrian Maben, que era fã do Pink Floyd. Ele passou férias no sul da Itália, na região de Nápoles. Enquanto procurava seu passaporte perdido no anfiteatro de Pompeia, concorrido local turístico, analisou o visual e a acústica do local.

Para o cineasta, era perfeito para um show do Pink Floyd. Pars ele, o silêncio espectral do lugar eram maravilhoso, o que poderia dar um contraste fantástico para o som espacial para muitas "viagens" sonoras. 

E o melhor: sem público, para evitar que a performance fosse atrapalhada pelo barulho, como ocorreu nos documentários sobre o festival de Woodstock e sobre Altamont, um show desastrado dos rolling ;stones na Califórnia.

Foram três dias de viagem da Inglaterra para Pompeia. Lá descobriram que não havia fornecimento de energia elétrica no local. O problema foi resolvido com um cabo de força saindo de uma igreja próxima.

Ao todo, banda e equipe investiram   na gravação – de 4 a 7 de outubro de 1971. Mesmo assim, algumas das performances foram concluídas em um estúdio em Paris.

Os objetivos imaginados pelo diretor de cinema foram atingidos. O Pink Floyd mostrou excelência musical e altas doses de experimentalismo. Gastaram muito dinheiro, mas o prestígio que adquiriram compensou, assim como as vendas posteriores.

Três das oito canções são memoráveis e fazem parte das melhores passagens do rock: "Echoes part I", "Set the Control From the Heart of the Sun" e "Careful With the Axe, Eugene", o auge do experimentalismo sonoro e musical da banda, algo que se refletiria dois anos depois com o lançamento de "The Dark Side of the Moon". As versões 2022 de filme e áudio são imerdíveis, é óbvio.

Nenhum comentário:

Postar um comentário