Marceki Moreira
A invasão de bandas britânicas de rock noms Estados Unidos, fruto direto da beatlemania, que completou 60 anos em 2024, apresentou o primeiro escalão dos artistas em alta em Londres e também levou grupos menos inspirados que foram na cola dos Beatles e dos Rolling Stones e, mais tarde, The Who.
Essa leva inicial sentiu falta de três fundamentais do rock e que, por serem ingleses demais, talvez, tiveram seu espaço em território norte-americano trilhado com certo atraso. Azar dos americanos.
The Animals, The Kinks e Yardbirds tiveram seus primeiros trabalhos em álbum lançados quase ao mesmo empo há 60 anos Curiosamente, esse fato foi celebrado de forma muito tímida e sem grande divulgação.
De certa forma desprezados pelos artistas americanos de blues e fãs do estilo nos Estados Unidos, Animals e Yardbirds foram tratados, de início, como branquelos imitadores sem talento, em em tentativas supostamente ridículas de copiar o blues.
“Fomod maltratados pelos bluesmen americanos quando abrimos seus shows no Reino Unido nos 60”, contou certa vez Eric Burdon, o vocalista dos Animals. “Eles pareciam não entender que éramos fanáticos e eles, nossos ídolos. Parece que ficavam furiosos por uma suposta ‘apropriação cultural’ de nossa parte. Mas fomos nós que resgatamos muitos daqueles artistas, que estavam esquecidos na América.”
Eric Clapton, na época guitarrista dos Yardbirds, é mais compreensivo com o contexto da época. “Eles eram gênios e ídolos, e não se m de ter de excursionar por um país estrangeiro com bandas formadas por garotos inexperientes como banda de apoio. Sonny Boy Williamson não fi simpático, mas demonstrou algum respeito ao final de uma turnê, em 1964”, comentou ao relembrar a visita de um importante músico americano de blues.
Mesmo assim, apesar da pouca repercussão, as duas bandas tiveram seus trabalhos lançados na época nos Estados Unidos, por mais que Anumals ficasse mais conhecido pelo surpreendente sucesso do single “House of the Rising Sun”, uma canção tradicional do sul norte-americano.
O quinteto liderado por Burdon e pelo tecladista Alan Price finalmente, com certo atraso, foi homenageado com uma edição comemorativa dos 60 anos do lançamento do primeiro álbum
O material é imperdível e fundamental, mas não tem grandes novidades. A edição em CD é dupla, com a versão original registrada em mono no primeiro disco e em versão estéreo, no segundo. É um trabalho surpreendente, pelos é recheado de blues de qualidade, sendo apreciado e valorizado mais tarde pelos americanos.
Originalmente lançado em 1964, este disco inovador apresentou ao mundo a energia bruta do rock britânico fundida com o blues americano profundo, como bem destacou um crítico musical inglês. Como uns branquelos de Nwecastle, no norte da Inglaterra, podiam soar tão bem no blues de Nova Orleans?
Ele apresenta uma mistura de blues, R&B, covers de folk tradicional e covers de músicas escritas por John Lee Hooker, Chuck Berry e Fats Domino, entre outros, temperados pela voz poderosa e clássica de Eric Burdon e o teclado de Price, que caprichou nas ambientações sulistas.
O estilo econômico da guitarra de Hilton Valentine, meio que involuntariamente, casou bem, enquanto que o o baixo de Chas Chandler, um bom instrumentista, soa discreto demais. A bateria de John Steel soa apenas correta, mas foi bem gravada pelo produtor Miclie Most.
Também com atraso devem ser relançados neste semestre “Five Live Yardbirds” e “Sonny Boy Williamnson featuring The Yardbirds”, ambos gravados ao vivo em Londres e lançados m 1964.
São os primeiros álbuns dos quinteto londrino mostram uma evolução evidente em relação à banda de blues de pub que era quando substituíram os Rolling Stones como banda residente no Crawdaddy Club em 1963, ainda com o adolescente Anthony “Top” Topham na guitarra solo, logo trocado por um geniozinho de 18 anos chamado Eric Clapton.
Os dois álbuns ao vivo não conseguiram captar toda a energia ao vivo dos viscerais Yardbirds, mas apontam que o grupo tinha talento para voar, especialmente nos solos de um ainda hesitante Clapton; São documentos históricos que devem fazer jus aos 60 anos da estreia fonográfica da banda.
Sobre os Kinks, não há nada previsto para celebrar os 60 anos do primeiro lançamento d mais britânica das bandas sessentistas. Até mesmo os 80 anos do guitarrista, vocalista e principal compositor Ray Davies, completados no ano passado, passaram, sem produtos de celebração.
CD1 (Mono)
1. The Story of Bo Diddley (05:46)
2. Bury My Body (02:55)
3. Dimples (03:21)
4. I’ve Been Around (01:41)
5. I’m In Love Again (03:06)
6. The Girl Can’t Help It (02:28)
7. I’m Mad Again (04:20)
8. She Said Yeah (02:23)
9. The Right Time (03:50)
10. Memphis Tennessee (03:10)
11. Boom Boom (03:21)
12. Around And Around (02:47)
13. House Of Rising Sun (04:29)
CD2 (Stereo)
1. The Story of Bo Diddley (05:46)
2. Bury My Body (02:55)
3. Dimples (03:20)
4. I’ve Been Around (01:40)
5. I’m In Love Again (03:04)
6. The Girl Can’t Help It (02:24)
7. I’m Mad Again (04:18)
8. She Said Yeah (02:22)
9. The Right Time (03:48)
10. Memphis Tennessee (03:09)
11. Boom Boom (03:20)
12. Around And Around (02:47)
13. House Of The Rising Sun (04:28)
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