Marcelo Moreira
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Eudoxia, a nova persona de Marilia Zangrandi (FOTO: DIVULGAÇÃO) |
Trocar a identidade artística requer uma coragem imensa por conta dos riscos que a medida implica. Quando dá certo, os resultados são ótimos, como ocorreu com o cantor norte-americano Father John Misty, que abandonou o nome verdadeiro e anterior.
Uma cantora brasileira optou pela mesma direção e inaugura sua nova persona em 2025 em apresentação especial no Rio de Janeiro. Eudoxia começa a divulgar o EP “Shadow Works”, com três músicas que variam entre o rock, o hard rock e o heavy metal trazendo uma bagagem imensa.
Eudoxia é a nova identidade nova de Marília Zangrandi, cantora de ótimos recursos que tem larga experiência no cenário de rock pesado carioca e também no mercado publicitário. “Tenho enorme orgulho por minha trajetória, mas eu queria uma coisa diferente, que me representasse neste momento da minha vida. Poderia ser um projeto, mas senti que era hora de uma coisa maior. Assim nasceu a Eudoxia|”
Com uma formação erudita e universitária em música, Marília foi muito requisitada como cantora lírica e se especializou em ópera. Ao mesmo tempo, colaborava com bandas de rock nos intervalos de sua atuação como locutora de rádio e de publicidade. Mas foi no exterior que sua carreira musical deu um grande salto.
Com voz poderosa e uma interpretação diferente e com personalidade, chamou a atenção de um cantor norte-americano, Geoff Tate, ex-integrante do ótimo grupo de prog metal Queensryche. “Recebi um convite para fazer a personagem Sister Mary na ópera-rock ‘Operation Mindcrime’. Foram turnês mágicas pela Europa.|”
Marília Zangrandi ficou por seis anos encarnando a freira com passado de prostitua na pesada obra originalmente lançada pelo Queensryche em 1988. Sua voz se tornou conhecida internacionalmente e mudou o patamar de sua carreira. Foi enquanto integrava a equipe do americano que ela se aventurou a lançar o primeiro trabalho solo, a canção “Smoke and Mirrors|”, uma poderosa faixa de hard’\n’heavy.
”Creio que a experiência no heavy metal ao lado de Tate contribuiu para que eu desse forma ao que pretendia, uma experiência óoma”, diz a cantora. “Fiquei estimulada a compor cada vez mais e a passar a minha mensagem. Para mim ficou muito claro que eu tenho coisas a dizer.”
A aspiração artística depois do trabalho com Geoff Tate conviva também com a necessidade de avançar nos estudos musicais em nível mais alto. Em busca de mestrado em música em diversas universidades do mundo, encontrou o que procurava em Lisboa, em Portugal, onde mora hoje. Mestrado concluído, é hora de vestir os trajes de Eudoxia.
“Não consigo e nem quero projetar as possibilidades com a minha nova persona”, analisa Marília. “Como artista eu preciso cantar a minha verdade. Tenho todo um mundo novo pela frente acho que muitas surpresas virão. Tenho uma amiga brasileira, mineira, cantora, que tem enorme público na Noruega. Isso é instigante.”
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