A repercussão foi tão importante que em poucos anos a emissora se tornou uma potência global, a ponto de ter virado tema de uma música da band britânica Dire Straits em 1985 - em "Money For Nothing", o convidado especial Sting cantava os versos "I Want My/ I Want My MTV..." ("Eu Quero a Minha MTV).
Quase 40 anos depois, com o mercado fonográfico depredado e totalmente diferente, são poucas as gravadoras, em formato mais ou menos parecido com o do passado, que sobreviveram e continuam a apoiar artistas de todos os níveis.
No rock de caráter underground, bandas de todos os calibres olham para a italiana Frontiers Music, especializada em hard rock, AOR (álbum orientado para o rock, na sigla em inglês) em sons híbridos de hard rock e heavy metal. Virou um porto seguro para artistas veteranos que ainda mostram criaividade em alta e bandas de todos os tipos em busca de divulgação internacional.
Um dos clientes da empresa é o americano Geoff Tate (ex-Queenryche), que é o vocalista do projeto Sweet Oblivion, criado pela gravadora. Outros nomes que assinaram com a empresa foram Alan Parsons (The Alan Parsons Project) e Joe Lynn Turner (ex-Deep Purple).
Dirigida pelo empresário Serafino Perugino e com direção artística do produtor e multi-instrumentista Alessandro De Vecchio, tem um faro apurado para novos negócios, novos projetos e apoio a artistas diferentes e promissores. E o Brasil está na mira da Frontiers.
São 12 os artistas no elenco da gravadora, sendo que a nova aquisição é a banda paulista de hard rock Malvada, que deverá lançar seu segundo álbum, com músicas em inglês, em meados de 2024, na nova casa,
Entre os brasileiros, há nomes importantes do rock nacional, como o cantor Alírio Netto, que assina, pela Frontiers, apenas como Alirio. A sensação do hard rock nacional do momento, Electric Mob, é outro nome da lista, e seu vocalista, Renan Zonta, participa de outros projetos com músicos internacionais.
Te também a banda paulista Spektra, liderada pelo vocalista, guitarrista e tecladista BJ (da banda de Jeff Scott Soto) e as bandas de metal Landfall, Semblant, Tarmat, Icon of Sin e Sculptor, além do projeto Brothers Against Brothers, do cantor Nando Fernandes (Sinistra). Ego Kill Talent, com nova vocalista, integrou o elenco da empresa até há pouco tempo.
Por conta desse "olhar" diferenciado para os artistas brasileiros, a Frontiers se tornou o sonho de consumo de bandas nacionais, que inundaram as redes sociais e e-mails da empresa com material esperando uma chance de serem escolhidos e apoiados.
A Frontiers é uma das poucas empresas a manterem um olhar para o rock autoral na Europa. Surfa praticamente sozinha em seu segmento, já que outras que poderiam fazer concorrência como a Nuclear Blast e a napalm, na Europa, se dedicam ao metal extremo.
Não faz nada de inovador ou fora do comum, mas simplesmente o essencial dentro de um mercado que praticamente abandonou artistas de pequeno e médio portes: dá apoio e faz curadoria.
Quem trabalha com Frontiers está satisfeito, por mais que nem todos os anseios sejam contemplados e que nem tudo seja perfeito. Afinal, é uma gravadora que mantém, segundo alguns, hábitos antigos e que geraram reclamações generalizadas por décadas. Entretanto, é estruturada e dá visibilidade aos seus artistas e seus projetos.
Uma preocupação dos brasileiros antes de assinar é com a atenção que lhes seria reservada, O site da gravadora italiana listava, na primeira semana de dezembro de 2023, 515 artistas e bandas em seu elenco, número considerado excessivo. Será que haveria a atenção necessária?
"Estou gostando do suporte que estou recebendo, é uma relação boa e os caras sabem trabalhar. Estou satisfeito", disse Alírio Netto ao Combate Rock em recente entrevista. Ele lançou pela Frontiers seu primeiro álbum solo internacional, "All Things Must Pass".
Em um mundo diferente, com um mercado reduzido e com outros tipos de relações comerciais, a Frontiers se tornou cobiçada a e a "MTV" dos artistas alternativos de hard rock e hard'n heavy do mundo inteiro.
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