sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Mulheres guitarristas no metal: novos trabalhos ampliam predominância - parte 1

 Enquanto a oposição ainda bate na tecla emperrada de "barbies do metal", as mulheres guitarristas estão voando e consolidando seus nomes e garantindo seus espaços , aumentado a presença e colocando CDs ótimos na praça. Nita Strauss, Sophie Lloyd, Nikki Stringfield, Lari Basílio e Sonia Anubis (também conhecida como Sonia Nusselder) são os nomes que fizeram bonito em 2023.

A americana Nita Strauss restabeleceu sua posição de guitarrista titular da banda Alice Cooper, cargo que ocupa há anos. Um breve intervalo para tocar com a cantora pop Demi Lovatto não afetou a confiança do chefe, a ponto de ele fazer uma participação especial no isco solo da moça, "The Call of the Void".

Aos 37 anos e pinta de modelo, ela é ua das mais respeitadas guitarristas dos Estado Unidos e construiu sua carreira começando na band he Iron Maidens, um tributo feminino à banda de metal inglesa Iron Maiden.

Foi tão bem que Alice Cooper a recrutou para sua banda em 2014. O novo álbum é o segundo de sua carreira solo e é muito melhor do qu o anterior, "Controlled Chaos". Com músicas mais interessantes e mais confiança para compor, Nita se cercou de ótima banda e de amigos pesos pesados.

"Victorious" foi o primeiro single e é um metalzão de primeira com a participação da sensação do hard rock americano, a cantora Dorothy. Bem diferente do hard rock pesadão que faz com Alice Cooper, aqui ela mostra versatilidade em solos bem construídos e riffs de um metal moderno.

"The Wolf You Feed" e aunda mais pesada, esbarrando no metal extremo por conta da presenta da cantora canadense Alissa White-Gluz, que canta na banda sueca Arch Enemy. 

Assim como a brasileira Mayara Puertas, do Torture Squad, Alissa é de uma versatilidade impressionante e vai do vocal melódico ao extremo com muita facilidade. Essa habilidade faz dessa canção a segunda melhor do álbum, e que Nita Strauss não deixa a amiga brilhar sozinha. Sua habilidde aqui impressiona.

A melhor canção, coo que para agradecer e mostrar ao chefe que ela é extraordinária, é "Winner Takes All", que tem estrutura de heavy tradicional com arranjos modernos e muito mais pesados do que os dois fazem na carreira de Alice. O riffs são ótimos e o segundo solo é maravilhoso. Deveria estar em "Road", o mais recente CD de Alice Cooper.

Os números instrumentais são bons e mostram uma instrumentista madura e segura, como "Summer Storm", em uma linha mais John Petrucci (guitarrista do Dream Theater), e "Consume the Fire", que segue o estilo mais associado a Joe Satrani, as duas são pesadas.

Outro destaque é "Through the Noise", um hard'n heavy com riffs contagiante que embala os vocais de outra amiga de peso, Lzzy Hale da banda Halestorm. É um disco equilibrado e de alto nível, fugindo do estereótipo do do guitarrista virtuoso que joga mais para o próprio virtuosismo.

A inglesa Sophie Lloyd não se acanha em abusar d fotos em que exibe sua beleza de modelo, o que ofusca a qualidade como musicista. O apelo visual e a queda por se expor nas redes sociais a jogaram no furacão dos efeitos nocivos dessa exposição.

Conhecia pela exibição de habilidades na guitarra no YouTube com versões inusitadas para clássicos do metal, acabou sendo convidada para tocar na banda do astro pop Machine Gun Kelly, que faz um pop com algum peso e toques fortes de rap e hip hop, Acabou envolvida em boatos de que seria a pivô do rompimento do noivado de Kelly com a atriz Megan Fox (dos filmes "transformers"). Nada disso foi confirmado.

Meio apagada como musicista de apoio, ela ganha liberdade aos 28 anos em seu primeiro álbum solo, "Imposter Syndrome". Menos ambiciosa e mais contida do que Nita Strauss, ainda assim Lloyd consegue mostrar habilidades e qualidades no estúdio, dedicando-se a um hard rock mais pesado.

A abertura, "Do or Die", é ótima e expõe o hard rock puro na voz de Nathan James, da banda inglesa Inglorious. É um tema forte e com um riff bem interessante. 

A coisa esquenta ainda mais em "Pressure", quase heavy metal, que tem nos vocais Brandon Saller, da banda de metal alternativo/metalcore Atreyu. Aqui são os solos longos os destaques. A moça realmente toca bem.

A faixa-título, com a onipresente Lzzy Hale, é uma quase balada pesada e candidata a melhor do trabalho, O riff principal e o refrão ão excelentes e Lzzy empresta u colorido diferente na interpretação mais dramática e um pouco exagerada. Parece que a canção foi feita para homenagear a americana lita Ford (ex-Runaways).

Sophie mostrou que a caderneta de telefones/contatos de celular está em dia e atualizada O hard rock correto e bem feito "Let It Hurt" tem a voz de Chris Robertson, vocalista e guitarrista do Black Stone Cherry. Aqui a guitarrista não deixa se ofuscar elo convidado e se impõem em solos inspirados em Jimmy Page (Led Zeppelin) e faz um excelente trabalho.

"Runaway" é uma escorregada para o hard rock californiano e soa menos inspirada. Michael Starr (da banda Steel Panther) ajuda no climão de de "Sunset Strip" ( a rua das casas de show e bares de rock de Los Angeles, mas falta alguma coisa. É comum demais.

A coisa melhora com "Fall of Man", que é pesada e tem um esquema de metal moderno bem ao estilo da banda do convidado especial, Matthew K. Heafy. Longe de ser um metalcore, a canção mostra força principalmente pelo riffs bem encaixados

Uma boa surpresa do álbum é a presença de uma cantora canadense pouco conhecida no Brasil, Lauren Babic. Vocalista das bandas de hard rock Red Handed Denial e CrazyEightyEight, procurou seguir o passos de Lzzy Hale e foi correta no hard pop "Hanging On".

Para finalizar, outra boa música é "Won't You Come", com a presença de Marisa Rodriguez, vocalista da banda inglesa Marisa and the Moths. É um hard blues ao estilo da Califórnia e que lembra outra canora inglesa, Beth Blade, além da veterana Pat Benatar, É uma canção pesada com um trabalho de guitarra certamente inspirado em Slash (Guns N' Roses). 

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário