quinta-feira, 21 de dezembro de 2023

Lançamentos selecionados: Red Devil Vortex, Dream Wild e Eskröta

 Entre a boa sara de lançamentos do rock pesado nacional deste final de ano estão um thrash/hardcore violentíssimo, um power metal de alta classe com sabor californiano e metal tradicional com sabor prog do interior de São Paulo.

É a retomada definitiva do rock brasileiro após os sombrios tempos da pandemia de covid-19. Acabaram os tempos reflexivos e de reavaliação: a pancadaria retornou com força, assim como o ativismo e o engajamento de todos os tipo, indicando que teremos um 2024 melhor que 2023.

Los Angeles, na Califórnia (Estados Unidos) se tornou o paraíso dos músicos sul-americanos de rock em busca de uma carreira internacional dentro ou for de suas bandas de origem. Kiko Loureiro (ex-Angra e Megadeth) e Aquiles Priester (Hangar, ex-Angra e Noturnall) há anos estão radicados na cidade, por exemplo, assim como a banda Area 55.

Foi na cidade que três instrumentistas de primeiro time no Brasil se encontraram em resolveram riar um projeto para desbravar o inóspito e ás vezes hostil mercado americano do rock pesado, e assim surgiu o Red Devil Vortex, qu desafia as regras" locais ao misturar influências locais e europeias em seu power metal que cai sempre para o estilo tradicional do gênero.

O primeiro álbum foi lançado no final de 2023 depois de uma série de singles e EPs. "Red Devil Vortex" foi gravado na cidade californiana e produzido por Adair Daufembach, que já trabalhou com nomes como Project 46, Dirk Verbeuren e Kiko Loureiro (ambos do Megadeth), Angra, entre outros.

 

A formação tem o conceituado Eduardo Baldo, um dos principais bateristas brasileiro, o vocalista e baixista Gabriel Connor e o guitarrista Luis Kalil. que despontou no Brasil como um profígio aos 15 anos d idade.

Red Devil Vortex já recebeu um certificado da Billboard USA em 2018 pelo lançamento do EP "Something Has To Die", atingindo a 16ª posição no Heatseekers Albums Chart e 49ª posição no Independent Albums chart.

Tudo isso justifica os fartos elogio que a obra vem recebendo pelo mundo. É ua estreia robusta, com temas poderosos  uma execução exímia dos instrumentistas. 

Na ansiedade por mostrar a que vieram, os três capricharam na técnica, que certamente impressionará os seus pares, mas que apresenta alguns excessos aqui e ali. Não é um defeito que estrague, longe disso, mas é um aspecto que a experiência e o entrosamento, com o tempo, corrigirão.

"Acredito que este disco represente um passo sólido na carreira do Red Devil Vortex e é também o melhor e mais forte disco dentro da nossa discografia atual, É o resultado de um trabalho que nós três acreditamos muito e também um registro da força do Red Devil Vortex como banda, por ter sobrevivido a várias adversidades e ainda estar aqui”, disse o vocalista e baixista Gabriel Connor no material de divulgação do primeiro disco.

A música do trio é poderosa e encontra eco em várias influências modernas, que vã desde Mammoth WVH, de Wolfgang Van Halen (filho de Eddie Van Halen) ao metal europeu de viés escandinavo, passando por sons mais fortes, como Dieth, nova banda de Davw Ellefson (ex-baixista do Megadeth).
 
"Red Devil Vortex", o álbum, impressiona já de saída com a excelente "Open the Gates", que incorpora elementos já ouvidos no Pantera, "Run", que vem em seguia, é um ótimo hard rock com timbragens mais modernas de guitarras e um acento bluesy que combinou perfeitamente com arranjos á la Extreme.

"More Luck Than Brains" mostra a versatilidade do trio ao enveredar pelo hard rock mais festivo, embora a bateria seja muito rápida e pesada. 

Com uma produção feita na medida para valorizar a qualidade instrumental do trio, a banda voa em temas como "Walking the Wire" e "Disaster", que transitam em um área onde reinou há alguns anos a superbanda Sons of Apollo. É metal puro com uma sonoridade bem moderna e inovadora em alguns momentos. 

É difícil vaticinar se Red Devil Vortex obteria a mesma sonoridade caso tivesse gravado o álbum no Brsil ou na Suécia, mas o fato é que a banda conseguiu um registro excepcional qu a coloca em um patamar muito alto internacionalmente em seu disco de estreia.

Força além da vontade

Os paulistas do Dream Wild são mais um exemplo de perseverança na música. Formada em 1995 na cidade de Votorantim, região metropolitana de Sorocaba, construíram sólida reputação ao processar influências de artistas como Savatage, Angra, Salário Mínimo, Dark Avenger, Wizards, Circa (com membros do Yes), André Matos, Torture Squad, Hellish War, Portrait e muitos outros.

Apesar da demora, finalmente a banda coloca no mercado o novo álbum "Omen to Battle", que e a estreia no formato, pois até agora só era possível ouvir as músicas em singles e EPs.

Com uma sonoridade surpreendente, "Omen to Battle" é um disco com um pé no passado, resgatando o clima dos anos 90 em que o prog metal era o único subgênero que tinha forças para tentar encarar a avalanche sonora do grunge.

Desprovidos de pretensões de recriar o mundo, o que sai dos falantes é um heavy metal tradicional honesto com as tradicionais pitada de prog metal, como em "Battlefield", que tenta buscar inspiração no Judas Priest. Essa canção dá a tônica do álbum.
 
“Omen To Battle” foi gravado no Estúdio 8 em Tatuí/SP com o produtor Iago Pedroso. O trabalho é correto e a produção procurou não inventar, ams poderia ter dando um pouco mais de atenção aos vocais, que às vezes soam inseguros e sem vigor, Infelizmente, isso ocorrem todas as canções.

Essa questão técnica não inviabiliza o disco, que está recheado de boas ideias como os riffs épicos de guitarra em "Pass Over The Opressor" e os solos be construídos em  “Revelation” e “The Walls Of Eternity”.

“Omen To Battle” conta com três participações mais do que especiais: Andre Tulipano, vocalista e guitarrista do Steel Warrior, participa nos vocais da música “Revelation”; o vocalista Leandro Caçoilo, do Viper, faz uma participação especial na música “Receptors”; Joe Moghrabi, grande compositor e guitarrista brasileiro, participa na música “Headbangers”.

A capa de “Omen To Battle” foi desenvolvida pelo renomado designer João Duarte (Metal Church, Angra) e, de acordo com o vocalista Marcio Rodrigues, reflete o conceito do título do álbum, letras e músicas. 
 
A vez delas

Há pelo menos cinco anos as bandas só com garotas ou lideradas por elas vêm chamando a atenção pela qualidade e pela ferocidade. 

O sucesso de Mayara Puertas à frente do Torture Squad e da Nervosa, esta então então um trio de garotas brasileiras, de um enorme impulso a esse movimento com seus thrash/death metal poderoso, abrindo os portões do inferno ara elas.

A Nervosa implodiu, se reinventou na Europa e deu origem à Crypta - e então vieram Manger Cadavre?, The Damnnation, Sinaya, Aetherea e, sobretudo, The Monic, Far From Alaska, malvada e Eskröta.

Essa última, de São Paulo, é a bola da vez depois que a Malvada assinou contrato internacional com a gravadora italiana Frotiers Records. Hoje um trio com duas garotas na linha de frente, Eskröta é mais uma banda que aposta na ferocidade e na ira para passar o recado com bastante competência.

"Atenciosamente Eskröta" é o mais recente álbum. Urgente, intenso e furioso, faz questão de misturar as bolas e acabar com as fronteiras entre thrash metal e hardcore. 

Sem limites, a agressividade toma conta das nove curtas e rápidas canções. Acerta que identifica referências de Napalm Death, Nuclear Assault  Sacred Reich,

Yasmin Miranda, a guitarrista e vocalista, abrFácil"e o sorriso quando a escuta que Eskröta não tem limites. "Queremos que a banda seja notada e curtida pelo que é, uma banda de rock extremo qye cutuca e incomoda."

"Fantasmas" é uma das melhores canções, daquelas que dariam orgulho a Lemmy Kilmister (1945-2015): é rápida, insana e muito agressiva, da mesma forma que "Parece Fácil", e tem letra cortante em ritmo punk Oi contagiante.

"Cena Tóxica" e "Fila do Osso", canções gêmeas, capricham no thrash metal alucinante e são daquelas canções que incendiam revolta e revoluções, tanto sonoramente como em engajamento.

Quase não há fôlego para acompanhar a velocidade e a intensidade, e a banda capricha com petardos como "Instagramável", um punk/hardcore violento e insano com crítica ao cotidiano de pouca interação social e de vidas fúteis nas redes sociais.

O engajamento cresce e acelera no final com um engajamento que cresce e acelera nas canções "Combatendo Seus Atos", "Homem É Assim Mesmo" e "Mosh Feminista", uma sequência de tirar o fôlego e que mostra a Eskröta como banda ativista e com forte mensagem política.

Apostando na violência e na agressividade, a banda se destaca entre os bons nomes da nova safra de metal extremo e hardcore que assola o Brasil para, de preferência, enfiar os dois pés nas feridas.

 

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