Nunca a palavra orgulho caiu também para um artista quanto para a cantora alemã Doro Pesch, tanto que aparece no título de alguns de seus trabalhos.
Comemorando 40 anos de carreira com novo álbum e uma série de projetos, ela não tira a o sorriso do rosto e fala com tanta alegria sobre sua trajetória que não há como rebater qualquer inconformidade u equívoco - ela te desarma de forma inapelável com sutileza e generosidade.
Em qualquer circunstância, o orgulho transborda. "Era uma garota de 19, 20 anos cantando em uma banda alemã de metal. Não tinha garotas neste meio. Só posso agradecer por uma trajetória tão especial", disse a cantora e conversa online com vários jornalistas da América Latina.
Era inevitável que a divulgação do disco mais recente, "Conqueress: Forever Strong and Proud", levasse a uma divagação sobre o seu início com a banda Warlock, no começo os anos 80, até chegar à carreira solo, na década seguinte.
"Era uma época mágica, mas difícil para bandas iniciantes e de fora do mundo anglo-saxão", relembrou a cantora alemã. "Tinha Scorpions, Accept, Michael Schenker e artistas alemães de rock progressivo, mas não muito mais do que isso. O Helloween surgiu depois. Então o Warlock fez parte de uma história importante do rock europeu."
Ela reconhece que o mais recente disco tem uma carga imensa de influências de 40 anos de heavy metal, em especial as da mágica década dde 1980. "'Conqueress' é mais direto e tem músicas que têm riffs fortes, e não e coincidência que Rob Halford, do Judas Priest, participa em duas músicas. Como uma celebração, era natural incorporar uma série de coisas."
Doro é uma rara artista que assume gostar bastante de estar em estúdio, ja que diz valorizar o ato de criação em toda a sua plenitude.
Mesmo uando trabalha em uma canção de outros artistas - casos de "Living After Midnight, do Judas Priest, e "Total Eclipse of the Heart", de Bonnie Tyler, ambas no álbum e com a participação de Halford - a cantora considera que existe uma elaboração e um trabalho grande para dar a cara dela a qualquer obra musical. "É uma arte reelaborar alguns clássicos, ainda mais com a presença de um gênio como Halford. Gosto de estar em estúdio e gosto de me dedicar bastante á criação."
Absolutamente encantada com a atual fase da carreira, descreveu em detalhes minuciosos os processo de gravação e composição de "Conqueress". Para ela, tudo soava bastante original e novo, com muita intensidade.
"Embora tudo tivesse um 'carimbo' de 40 ano, houve um frescor no estúdio, uma atmosfera de colaboração que ficou mais intensa neste momento. Não vou dizer que foi melhor do que antes do que sempre foi, mas certamente foi muito diferente, a gente sente quando está surgindo algo bem especial", comemora Doro.
Curiosamente, o novo single de trabalho da cantora faz parte de um material bônus do disco novo e que será lançado separadamente em março de 2024 em um EP. "True Metal Maniacs" carrega os clichês de "homenagens aos fãs" bem característicos em bandas como Manowar e Saxon, mas aqui, como na conversa com os jornalistas, ela transborda honestidade e sinceridade.
"'True Metal Maniacs' é um hino muito especial para meus fãs. A música expressa a forte união e o amor compartilhado pela música, além de falar de um vínculo profundo. 'True Metal Maniacs' traz lembranças queridas e, ao mesmo tempo, me faz esperar por um grande ano de metal em 2024", concluiu a cantora.O mundo não estava preparado para escutar uma discípula de Janis Joplin fazendo heavy metal. Aos 19 anos de idade, disfarçava o nervosismo no palco liderando o Warlock com uma agressividade e uma voz rouca e pesada. Era uma novidade em 1984, mas não deveria ser depois do surgimento de The Runaways, Girlschool e outras bandas e mulheres fortes no rock.
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