Marcelo Moreira
Chick Corea (FOTO: DIVULGAÇÃO)
O piano sempre disputou com o saxofone e a guitarra a proeminência dentro do jazz - tudo bem, o trompete de Miles Davis é um caso à parte -, e muito desse panorama se deve aos mestres que surgiram nos anos 70 nos Estados Unidos, como Herbie Hancock, Keith Jarrett, Joe Zawinul e Chick Corea, todos estilistas, inovadores e virtuosos.
Esse clubinho agora está reduzido. Chick Corea morreu há dois dias, mas a morte só foi divulgada nesta quinta-feira (11), aos 79 anos de idade. A causa foi um câncer raro recém-descoberto, embora detalhes não tenham sido revelados.
Mais conhecido como o grande nome do grupo de jazz Return to Forever, era admirado pela enorme capacidade de improvisação e pelos fraseados velozes e extremamente melódicos, tanto que chamou atenção de Miles Davis nos anos 60. Tocaram juntos e fizeram do pianista um dos nomes jovens mais incensados do jazz.
É consequência direta de seu período ao lado de Davis que seu estilo abraçou vários gêneros, em especial o rock. é um dos expoentes do chamado jazz fusion e encabeçou um movimento chamado electric fusion.
Entre os parceiros de toda uma vida, podem ser destacados o baixista Stanley Clarke, o guitarrista Al Di Meola e os brasileiros Flora Purim e Airto Moreira.
Nos anos 1980, ele fundou o grupo The Elektric Band, que reunia a nata do jazz daquele tempo: John Patitucci (baixo), Frank Gambale (guitarra), Eric Marienthal (sax) e Dave Weckl (bateria).
A morte do músico surpreendeu os amigos e colaboradores mais próximos, já que se mantinha ativo nas redes sociais desde o início da pandemia realizando lives em profusão e demonstrando uma paixão indestrutível ao tocar e improvisar com largos sorrisos.
O legado de Chick Corea é impossível de ser medido, assim como o tamanho de sua contribuição para a música em todos os níveis. Foi um dos gigantes de todos os tempos.
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