Marcelo Moreira
São vários os artistas que estão divulgando, ainda que de forma discreta, shows em bares e restaurantes desde o começo de fevereiro. Alguns prometem desrespeitar as leis de isolamento mais rígidas tomadas na última semana e tocar em qualquer lugar.
Boa parte deles é gente talentosa do rock, do blues e do jazz, gente que toca demais e que está desesperada pelo fato de que estão há um ano praticamente parados, sem alternativas para ganhar dinheiro. Muitos, ou quase a maioria., é de amigos nossos do Combate Rock e que são pessoas do mais alto calibre.
Por mais que entendamos as motivações e as necessidades de muitos desses artistas, é com pesar imenso e generalizado que temos de pedir ao público que não vá a essas apresentações, por mais que alguém diga que "todos os protocolos sanitários e de distanciamento social foram implantados, com mesas a um metro e meio de distância" e outras soluções que não funcionam em ambientes fechados com aglomeração - qualquer aglomeração.
Com os hospitais lotados no país inteiro e falta de vagas para qualquer tipo de tratamento, é mais do que necessário que nos afastemos de qualquer possibilidade de aglomeração. É imperativo que boicotemos qualquer possibilidade de shows.
Estamos no auge da pandemia, o pior momento até agora, com mais de 250 mil mortos. Chegaremos a 300 mil em março, não teremos vacinação generalizada até o ano que vem e o colapso total da saúde chega em abril. Como é possível que alguém pense em tocar qualquer coisa em um boteco qualquer, ou pracinha que seja?
Fazer qualquer tipo de show neste momento, de qualquer tamanho e qualquer lugar, ´de uma irresponsabilidade criminosa. É debochar dos 250 mil mortos, ainda que não seja essa a intenção. É uma falta de empatia colossal.
Desde o começo da pandemia estamos dando atenção às consequências devastadoras do vírus na área de entretenimento, artes e gastronomia.
Sabemos da penúria que assola esses setores, os primeiros a serem afetados e os últimos a retomares as atividades e a se recuperar. No entanto, repetimos aqui o nosso mantra: não é hora de aglomeração nem de shows ou cinema ou teatro. É hora de ficar em casa e se cuidar. É hora de fugir dos espetáculos, e de iniciar uma cam,panha de boicote, se for preciso.
Sabemos que muitos artistas e profissionais do setor estão sem renda para o sustento, assim como os milhões e milhões de desempregados de outros setores. O auxílio emergencial para o setor não chegou, e a Lei Aldir Blanc, por enquanto, é uma miragem.
Somos solidários, mas não dá para flexibilizar. Não aos shows e atividades artísticas com público. Que lockdowns e toques de recolher sejam duros e implantados por meses em todo o Brasil até que a pandemia seja controlada. E que parentes próximos dos que insistirem em desrespeitar as medidas não morram agonizando em filas por vagas em hospitais lotados
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