quinta-feira, 25 de fevereiro de 2021

Uma crítica contundente ao fascismo e à incompetência no clipe de XEI & Sons In Black

 Marcelo Moreira

Foi preciso um brasileiro autoexilado em Portugal para fazer uma das canções mais pesadas e contundentes do rock nacional contra o desgoverno fascista que está arruinando a vida deste país infeliz.

"Tonight's Riot" é o novo som do projeto XEI & Sons in Black, capitaneado pelo cantor Alexei Leão, que fez bons trabalhos com a banda de metal Stormental.

Leão é um dos cantores de alta performance e qualidade do metal brasileiro e frequentemente é colocado na mesma prateleira de gente qualificada como Iuri Samson (ex-Hibria), Alex Vorhees (Imago Mortis), Christian Passos (Wizards), entre outros.

Morando atualmente em Portugal, continua ligadíssimo ao que ocorre no Brasil e não gosta do que vê e lê. "Tonight's Riot" é uma canção que foge ao metal tradicional que caracterizou a sua carreira. 

Seu projeto atual, contando com músicos catarinenses, resvala no hard rock, mas está mais para o pop britânico dos anos 80, e agrada em cheio, com guitarras ferozes e teclados bem timbrados e arranjados.

A letra, em inglês, é genérica, bradando contra o conformismo e letargia contra a constante depredação de nossa vida cotidiana, mas é o videoclipe que trata de colocar as coisas nos seus devidos lugares.

Com concepção, criação, direção gráfica e roteiro de Alexei Leão, o vídeo é uma porrada muito forte em Jair Bolsonaro e Donald Trump, com críticas pesadas ao "gado" que os seguem sem pensamento crítico e clamando por medidas fascistas contra a vida inteligente que insiste em desmascarar as farsas de seus governos. Houve o cuidado de, nso cantos inferiores da tela, colocar a letra em inglês e a sua tradução para o português.

É tudo muito simples, mas colocada de forma muito direta e contundente como nenhum artista do rock brasileiro tinha feito até então - exceção feita ao necessário grupo de rock Detonautas Roque Clube.

Se a concepção artística e gráfica é bem simples, a mensagem é forte e bem em consonância ao que momento grave que atinge o Brasil, um país à deriva e sem a menos perspectiva em plena pandemia de covid-19, que continua devastando nosso território a caminho dos 250 mil mortos.


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