A primeira parte, de 2019, mostrava a fora de letras e melodias em uma ópera-rock contundente, que ganha delicadeza e melancolia na segunda parte, tão boa quanto a primeira, embora menos contundente.
"Evolução - Vol. 2" acaba de ser lançada e finaliza um trabalho monumental de composição, arranjo e pesquisa do guitarrista e vocalista Philippe Seabra, a mente inquieta e sedenta por justiça social que sempre norteou os trabalhos da banda de Brasília.
As duas partes de "Evolução" procura traçar um painel resumindo de como chegamos aqui como espécie animal dominante no planeta, a única dotada de inteligência e um enorme poder e capacidade de construir, evoluir e destruir.
"A espécie humana e quem manda", já bradava a banda na ótima composição "A Nova Espécie", no primeiro volume, que e mais pesado e mais incisivo. De forma critica, a banda narra a "evolução", que da descoberta da roda à criação das máquinas que tornaram a nossa vida "mais fácil" a partir do século XIX.
"Vol. 2" é mais curto, repleto de vinhetas movidas a violão, e embute uma melancolia ao trazer temas ligados ao meio ambiente. É a evolução da espécie que acelera a criação e a inovação sem controle que acabarão por destruir a planeta.
A visão pessimista, à primeira vista, se transforma em alerta em tom de protesto, como se a jovem ativista sueca Greta Thumberg encarnasse em Seabra, o principal vocalista, na critica à mecanização da sociedade e ao avanço da tecnologia em nossas vidas, a ponto de nos desumanizarmos diante de tragédias naturais e climáticas - para não falar nas guerras.
A evolução tecnológica é contraposta ao desatinos sociais e ao assassinato de figuras emblemáticas do pensamento social, como o pastor Martin Luther King, líder da luta dos negros pelos direitos civis nos Estados Unidos. Ele é homenageado em uma das músicas.
O furor punk dá lugar a um folk rock de qualidade, em que a mensagem é colocada de forma clara e firme. "Vitória", com a participação da cantora Dani Buarque, e "68" já tinham sido lançada em singles e apenas mostravam em parte o rol diverso de temas abordados.
A primeira é uma onde quase punk à revolução e luta humana contra as injustiças; a segunda já mostra um rock mais vigoroso, com riffs fortes, lembrando os principais fatos de 1968, que opuseram a luta social e avanços tecnológicos com o avanço do morticínio, como a Guerra do Vietnã.
"Marchando pelo Aparato" é a mais punk do disco, retomando o melhor estilo 1977 com letra irônica de protesto. É seguida pela singela vinheta "Batik" e pela ode revolucionária "No Pasarán", com acento latino característico. , denunciando o caminho para o abismo ao mesmo tempo em que
"O Preço que Todos Pagarão" e "A Nova Era" são o clímax do álbum, colocadas na sequência como contraposição uma à outra, alertando para a destruição e, ao mesmo tempo, observando alguma saída/redenção para a humanidade sem demonizar a tecnologia.
Uma das melhores canções canções já feitas no rock nacional, "O Pêndulo da História" é uma longa suíte de dez minutos que tenta resumir "Evolução" e também fala de redenção, em meio a obstáculos. "Primeiro veio e Luz/E depois a decepção/O tempo é o Senhor da Razão" são versos proféticos e sinalizam como é longo o caminho pra reverter em todos os níveis as ameaças à nossa existência.
"Foi uma experiência fantástica compor não só pensando na linha evolutiva do homem, mas também em coreografia, movimentação de palco, imagens projetadas ao fundo e cenografia", revela o vocalista Philippe Seabra.
Composto pensando na linha evolutiva do homem, o projeto "Evolução" é a trilha sonora imponente para um grande musical sobre um ciclo político-social turbulento e importante de nossa história, om direito a uma pandemia de covid-19 no meio– adicionando dramaticidade e narrativa às novas faixas.
A banda foi muito feliz ao mesclar momentos orquestrados, percussão norte-africana e interlúdios eruditos, com o rock clássico e punk característico da Plebe Rude. Contando a história desejada, o projeto soma 28 faixas, uma real jornada pela evolução do ser humano.
"Foi uma experiência fantástica compor não só pensando na linha evolutiva do homem, mas também em coreografia, movimentação de palco, imagens projetadas ao fundo e cenografia", revela o vocalista Philippe Seabra.
Segundo ele, é um trabalho bastante versátil, intercalando momentos orquestrados, interlúdios eruditos, rock clássico se mesclando com o punk e percussão norte-africana. "Há duas músicas com mais de 10 minutos e trechos que teriam que ter a voz de uma criança, valia de tudo em 'Evolução'. Estou orgulhoso".
Produzido e gravado por Seabra no Estúdio Daybreak, em Brasília, o projeto conta com participações de Walter Casagrande Jr., Jarbas Homem de Mello, Fabio Yoshihara, Dani Buarque e Ana Carolina Floriano.
"Se a nossa herança da Terra foi por acaso, a nossa passagem pelo universo é um grão de areia", conta o vocalista sobre a mensagem desse projeto, adicionando comparação com a política atual. "Esse momento esdrúxulo no Brasil da ascensão da extrema direita que a democracia conseguiu sobreviver então, é uma molécula nesse grão e no arco do tempo."
Com serenidade, Seabra abraça a filosofia exposta no trabalho mais recente: "E será visto e julgado pela história apenas como lapso, uma aberração na linha evolutiva. O arco do universo moral é longo, mas se inclina em direção à justiça. Mas a eterna vigilância continua sempre necessária."
Para divulgar o lançamento, a Plebe Rude tem uma turnê marcada, com estreia na próxima sexta-feira (24) no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Além disso, a banda tem datas confirmadas também em Belo Horizonte (25/03), São Paulo (8 e 09/4), Jundiaí (28/04), Campinas (29/04), Contagem (13/05) e Curitiba (15/07).
"Finalmente voltaremos para a estrada! E com material novo! Isso nos dá o maior gás. Podem esperar uma Plebe com todos os hits, coisas do 'Evolução' e outras surpresas", adianta o baixista André X.
André X, acredita que com o lançamento de "Evolução Vol.II" e toda a obra disponibilizada para o público, o ciclo se fecha e a banda parte para novos projetos, mas deixa claro que esse ciclo não será esquecido. Seabra concorda: "É estudando o passado que conseguimos enxergar o futuro. A história não se repete igual, mas certamente rima."
Seabra aproveita para arrematar: "Depois de 200 mil anos do Homo Sapiens na Terra, sobrevivemos a todas as adversidades desde impérios desenfreados, genocídios, pragas letais, da idade média a guerra fria, e chegamos até aqui só para nos destruirmos por intolerância? Não é à toa que a última frase cantada do espetáculo é: 'Evoluir é aprender (a) conviver com as diferenças."
A banda, formada em 1981, a Plebe Rude atualmente é composta por Philippe Seabra (voz e guitarra), Clemente Nascimento (voz e guitarra), André X (baixo) e Marcelo Capucci (bateria).
Produzido e gravado por Seabra no Estúdio Daybreak, em Brasília, o projeto conta com participações de Walter Casagrande Jr., Jarbas Homem de Mello, Fabio Yoshihara, Dani Buarque e Ana Carolina Floriano.
"Se a nossa herança da Terra foi por acaso, a nossa passagem pelo universo é um grão de areia", conta o vocalista sobre a mensagem desse projeto, adicionando comparação com a política atual. "Esse momento esdrúxulo no Brasil da ascensão da extrema direita que a democracia conseguiu sobreviver então, é uma molécula nesse grão e no arco do tempo."
Com serenidade, Seabra abraça a filosofia exposta no trabalho mais recente: "E será visto e julgado pela história apenas como lapso, uma aberração na linha evolutiva. O arco do universo moral é longo, mas se inclina em direção à justiça. Mas a eterna vigilância continua sempre necessária."
Para divulgar o lançamento, a Plebe Rude tem uma turnê marcada, com estreia na próxima sexta-feira (24) no Circo Voador, no Rio de Janeiro. Além disso, a banda tem datas confirmadas também em Belo Horizonte (25/03), São Paulo (8 e 09/4), Jundiaí (28/04), Campinas (29/04), Contagem (13/05) e Curitiba (15/07).
"Finalmente voltaremos para a estrada! E com material novo! Isso nos dá o maior gás. Podem esperar uma Plebe com todos os hits, coisas do 'Evolução' e outras surpresas", adianta o baixista André X.
André X, acredita que com o lançamento de "Evolução Vol.II" e toda a obra disponibilizada para o público, o ciclo se fecha e a banda parte para novos projetos, mas deixa claro que esse ciclo não será esquecido. Seabra concorda: "É estudando o passado que conseguimos enxergar o futuro. A história não se repete igual, mas certamente rima."
Seabra aproveita para arrematar: "Depois de 200 mil anos do Homo Sapiens na Terra, sobrevivemos a todas as adversidades desde impérios desenfreados, genocídios, pragas letais, da idade média a guerra fria, e chegamos até aqui só para nos destruirmos por intolerância? Não é à toa que a última frase cantada do espetáculo é: 'Evoluir é aprender (a) conviver com as diferenças."
A banda, formada em 1981, a Plebe Rude atualmente é composta por Philippe Seabra (voz e guitarra), Clemente Nascimento (voz e guitarra), André X (baixo) e Marcelo Capucci (bateria).
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