O metal progressivo que vem da floresta e que surpreende quem gosta das bandas nacionais do gênero e quer ouvir algo além do Angra. É o trio paraense Pentral, que puxa uma safra das mais interessantes no subgênero pesado, embora nem todas as bandas sejam novas no pedaço.
O repertório da banda é muito bom e o destaque é a pesada e intensa "The Law", com seus quase oito minutos de elaboradíssimo instrumental, com riffs estupendos e solos extremamente afiada.
Ao melhor estilo de Fates Warning, Pentral é uma banda de riffs poderosos e de solos precisos que orgulhariam Alex Lifeson, do Rush, como na excelente "Silent Trees", com sua cavalgada contagiante e o baixo explodindo na base sonora.
"Aiming for the Sun" é outro achado, com sua carga dramática embalada por riffs matadores e uma base rítmica inovadora e diferente. "No Real Colours in Souls" segue na mesma direção, com riffs marcantes e arranjos climáticos que reforçam a dramaticidade dos temas.
O primeiro show da nova formação da Pentral aconteceu em setembro de 2022 no Teatro Estação Gasômetro em Belém (PA), com capacidade para 400 pessoas o evento teve sua transmissão realizada via "Live Streaming" pela plataforma digital "Bandcamp".
"Com muito esforço e atenção aos detalhes, conseguimos levar para o palco a essência deste primeiro disco - um clima enigmático, impactante e intenso", pondera Victor Lima no material de divulgação do álbum.
"What Lies Ahead of Us" é conceitual e conta a história de um casal que mora com uma criança (sua filha) no meio da floresta amazônica. Todos vivem sob a ameaça de uma besta – que, na verdade, é o próprio ser humano e sua incontrolável ambição, interessado em destruir a floresta e ganhar dinheiro.
A mulher tem premonições sobre um final trágico e, eventualmente, eles conseguem fugir quando os invasores chegam. Na cidade, eles têm de lidar com toda sorte de problemas típicos da sociedade distópica em que vivemos, como racismo, egoísmo, preconceito e indiferença.
A canção "Letters From Nowhere" é o maior emblema desse trabalho, como se fosse um interlúdio dramático que simboliza o abandono das populações mais vulneráveis da Amazônia.
"A Gift From God" é um complemento perfeito, acentuando a intensidade da história, em um movimento que costumamos encontrar nos discos do Dream Theather, evidenciando a inteligência, a qualidade e o extremo bom gosto de uma banda que merece estourar rapidamente em todo o país.
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