Até agora ninguém sabe ao certo se se o Mayhem, da Noruega, é uma banda nazista ,as, por via das dúvidas cancelemos o show. É mais fácil e dá menos trabalho, além de fazer média com a galera. E a máxima do direito - "em dúvida, a favor do acusado/réu"? ora, danem-se o direito e a ética...
Depois de Porto Alegre (RS), foi a vez de Brasília (DF) cancelar a apresentação do Mayhem após forte pressão de boicote por suspeita de ligações com nazistas e fascistas em um passado remoto. A banda se defendeu nas redes sociais afirmando que odeia no nazismo e que repudia toda forma de discriminação, mas não foi o suficiente.
O cancelamento em Brasília foi muito mais vergonhoso porque teve requinte de crueldade: ocorreu minutos antes de a banda entrar no palco, após a apresentação da banda de abertura.
O advogado da empresa que promoveu a turnê subiu ao palco e leu um anúncio melancólico tentando explicar o cancelamento por questões "éticas e de segurança", tornando a coisa mais patética.
Era perfeitamente possível ter feito o cancelamento uma semana antes, quando a polêmica começou, e quando políticos de esquerda e o Ministério Público do Distrito Federal "pediam" e "recomendavam" a não realização do evento. Por que fazer isso a cinco minutos de a banda entrar no palco? Birra? Retaliação?
Testemunhas relataram que havia várias viaturas da Polícia Militar na porta do local do evento supostamente para "garantir a segurança e evitar tumultos".
"Não havia 100 pessoas no local para ver o Mayhem. Tinha mais polícia do qu público. Me pareceu uma ação de intimidação", relatou um espectador ue pagou ingresso para ver os shows á reportagem do portal Metrópole.
As manifestações de políticos e dos promotores públicos, aparentemente, foram ignoradas, em uma postura radical dos organizadores, mas algo ocorreu a ponto de provocar o cancelamento a minutos da entrada do Mayhem no palco. Uma atitude desrespeitosa para coma banda e público.
Segundo a imprensa brasiliense, o MPDFT "recomendou" o cancelamento, e não "determinou". Fez isso porque, em seu despacho, não tinha a plena certeza de que a banda era "culpada", apesar de mencionar que havia indícios" de apologia a ideologias e comportamentos discriminatórios, embora não tenha detalhado quais seriam esses.
Se existe algo que seja possível positivo neste episódio preocupante é o ressurgimento do debate sobre boicote, cancelamentos, fake news e lacração no meio cultural, armas violentas que foram largamente utilizadas pela extrema-direita no lamentável governo do nefasto presidente Jair Bolsonaro (PL)..
Em determinados momentos e segmentos, a esquerda adotou o mesmo comportamento questionável e reprovável - logo a esquerda, que tanto massacrou e bombardeou os fascistas - com absoluta razão e propriedade.
Diante da polêmica, é de se espantar qu ninguém tenha voltado a armas contra o Moorhead, ja que seu líder, Lemmy Kilmister (1945-2015) foi acusado por anos de apologia ao nazismo - era colecionador de material relativo à II Guerra Mundial e possuía itens valiosos do exército alemão nazista, como uniformes completos de oficiais da tropa de elite SS.
E como o ninguém se lembrou de atacar o Kiss, que usa um logo dos anos 70 estilizado em que os dois s do nome lembravam um dos símbolos das mesmas tropas de elite nazista SS?
Nas democracias, os boicotes são legítimos e armas poderosas do consumidor ou de quem se sente lesado a respeito de posturas-políticas. No entanto, quando o "movimento" é baseado em in formações duvidosas ou fica contaminado por mentiras torna-se nocivo, perigoso e, no extremo, criminoso.
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