A pandemia de covid-19 não comoveu a elite de maioria branca no Brasil. os 700 mil mortos não passaram de fatalidade, não é mesmo? Assim como os 50 mil mortos nos terremotos da Turquia e da Síria, os 242 mortos na tragédia de Petrópolis (RJ), no ano passado, os 65 em São Sebastião (SP), os 274 de Brumadinho (MG).
Basta, no entanto, mexer na senzala dessa gente execrável que logos os protestos surgem, com direito a "movimento" parlamentar para acabar com os instrumentos e órgãos responsáveis pelo combate ao trabalho escravo moderno/análogo à escravidão.
O escândalo provocado pela descoberta de trabalho escravo na colheita de uvas para a produção de vinho das empresas Salton, Garibaldi e Aurora, no Rio de Grande do Sul, tirou as forças fascistas do marasmo para protestar contra o "ataque às forças de produção que geram empregos no Brasil" (????).
Empresários e políticos gaúchos - esmagadora maioria de bolsonaristas e simpatizantes de teses protofascistas, xenofóbicas e discriminatórias - saíram em defesas das "forças econômicas" que "geram riqueza" e que ataques de cunho "escravocrata" prejudicam o país.
Esse foi um dos argumentos usados pelo bolsonarista catarinense Onyx Lorenzoni, que foi ministro de Jair Bolsonaro (PL) para pedir 'cautela" nas investigações contra as vinícolas e produtoras de vinho, sob risco de causar "lesões irreversíveis" á cadeia produtiva da uva.
Os escravocratas medievais do Congresso Nacional já estão se mexendo para criar uma emenda constitucional (PEC) que elimina os órgãos de fiscalização e combate ao trabalho escravo do Governo Federal.
A emenda é de autoria de um ser execrável que se intitula "príncipe do Brasil": deputado federal Luiz Philippe de Orlans e Bragança (PL-SP), que alega ser descendente da família real brasileira expulsa do país em 1889, uando da proclamação da República.
Não se sabe se é verdade, mas ele teria recolhido 60 assinaturas para pedir a elaboração e redação da PEC (proposta de emenda constitucional) para acabar não só com o Ministério Público do Trabalho, que investiga as denúncias de trabalho escravo, mas também com as cortes de Justiça trabalhistas, incluindo as varas do Trabalho, os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e o Tribunal Superior do Trabalho (TST).
Com tantos escravos sendo libertos em seus estados, os escravocratas parecem que encontram a solução definitiva: acabar com o incômodo da fiscalização e da punição.
A intenção de Luiz Philippe de Orleans vai de encontro ao pensamento do vereador de Caxias do Sul (RS) Sandro Fantinel (Patriota), que subiu à tribuna da Câmara para defender os patrões e condenar os baianos explorados, que na opinião dele, só querem “carnaval” e festa.
Na ocasião, ele deu a receita: “contratem” estrangeiros, repetindo o que houve no passado com o fim da escravidão, se dispensaram os negros e trouxeram os europeus.
Para os dejetos humanos escravocratas que insistem em jogar o Brasil na Idade Média, vamos meter muito rock pesado na orelha deles. Em homenagem a todos os trabalhadores, vamos ouvir "The Nameless", da banda mineira Tuatha de Danann; "Navio Negreiro", da banda paulista Punhos de Mahin, um forte libelo contra a escravidão (cuja letra está abaixo); "Fogo no Racistas", outra porrada de uma banda mineira, Black Pantera.
Navio Negreiro
Na Kalunga grande o negro era subjugado
Na Kalunga grande o negro era amarrado
Na Kalunga grande o negro era jogado
Navios eram agraciados com nomes de divindades
De amável donzela até caridade
Mas o castigo
Esse era com vontade!
Capitães comandavam o flagelo
Todos com um destino certo
Humilhações, correntes
E mortes
E quem sabe a sorte?
10% era a perda na travessia
Portos em diversas capitanias
Forçados a trabalhar pós maresias
Meses no mar para virar mercadoria
Existiu um navio chamado Boa intenção
E na Bahia um escravo chamado Cosme Damião
Que retornou para Angola após uma revolução
Ser condenado e seus direitos mais uma vez violados
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https://www.youtube.com/watch?v=sH8Xq8o1NQM&pp=ygUecHVuaG9zIGRlIG1haGluIG5hdmlvIG5lZ3JlaXJv
https://www.youtube.com/watch?v=yZJhRNmiMvg&pp=ygURZm9nbyBub3MgcmFjaXN0YXM%3D
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