segunda-feira, 20 de março de 2023

Metal progressivo nacional ressurge com Hollowmind, Ivory Gates e Maestrick

O surgimento dos paraenses do Pentral acabou jogando luz para novos trabalhos do prog metal nacional neste pós-pandemia - embora a pandemia de covid-19 esteja longe de er considerada extinta. bandas importantes ressurgiram com trabalhos de boa qualidade e recolocando o sugênero do metal em prateleiras mais altas no rock nacional

É o caso do  Hollowmind, que volta depois de um hiato, divulga o seu mais recente trabalho, o EP “Inside An Extended Play”, lançado no finalzinho de 2021. A banda está reformulada e deu início a uma série de colaborações com músicos que influenciaram a banda.

A primeira delas é o single de “State of Unfairs”, faixa que ganhou nova roupagem com os solos de Felipe Machado (Viper). Segue na linha do prog metal que sempre caracterizou a banda, só que agora o peso está mais evidente.

“É uma honra quando nossos ídolos se tornam amigos, imagine então quando topam participar de uma música que você compôs”, comemora o baixista e vocalista Rob Gutierrez. “No caso do Felipe, o acompanho praticamente desde que o Viper começou a carreira no nosso bairro em São Paulo [Higienópolis]”.

O tempo se encarregou de juntar os dois, já que o baixista tocou na banda solo de Felipe entre 2015 e 2018. “O convite para tocar com o Hollowmind era o que faltava para consolidar minha parceria musical com Rob Gutierrez. Ele já tocou em shows do Viper e no meu projeto solo, faltava apenas isso”, afirma Felipe.

O convidado não cansa de dizer que ficou honrado com o convite. “Gostei bastante da música, ela remete a bandas que sabem misturar bem o som mais pesado com um estilo progressivo, como Fates Warning e Rush. Sobre a participação, tentei fazer algo mais melódico para ser complementar ao solo do Ale Silveira, que é mais técnico. Acho que combinou bem.”

“State of Unfairs” é melhor música e a mais pesada e direta do EP, e traz uma crítica social forte – fala sobre o caos político que dominou a gestão da pandemia no Brasil.

A capa do single apresenta um trecho da arte original do álbum, feita pelo sueco Niklas Sundin (Mitochondrial Sun, ex-Dark Tranquillity). Produzido e mixado por Val Santos (Toyshop, ex-Viper), o single é um lançamento Wikimetal/ ForMusic e está disponível em todas as plataformas digitais.

Assim como o Hibria, o Hollowmind não apresenta nada de inovador nesta retomada – e talvez nem fosse o caso -, e engata algo que pode ser tomado como uma recuperação de um tempo longo sem novidades.

O som está mais pesado, mais moderno, mas poderia perfeitamente estar em um álbum anterior, como o ótimo “The Cardinal Factor”. Também fica patente que Symphony X e Fates Warning segue sendo referências, como na complexa “The Social Meter”, que abre o EP. O baixo pulsante e os vocais elaborados deixam claro nas primeiras notas que o nível é bem outro.

“The Divide” investe em um metal tradicional com competência, mas não tem o mesmo impacto do que a canção que abre o EP, ainda que o trabalho de guitarras seja muito bom.

A melhora é sensível em “The State of Unfairs” em suas duas versões, com e sem Felipe Machado. É um clássico do som progressivo sem a necessidade de teclados. O resultado é primoroso e é repetido com sucesso em “Hibernia”, que tem o baixo como grande destaque, remetendo a alguns trabalhos do Haken e do Muse. Um álbum completo desses caras é urgente.

De forma torta e sofrida, a pandemia forçou a uma parada e a um mergulho mais profundo no trabalho e na reflexão. Se dá para falar em aspecto positivo, temos de agradecer o número grande de músicas e discos de alta qualidade surgidos desde o ano passado – Hibria e Hollowmind estão inseridos neste contexto, e com louvor.

O Ivory Gates é outro nome importante do prog metal nacionalque  retorna com um disco bem interessante. “Behind the Wall” agrada pela boa qualidade das músicas, que estão menos rebuscadas e ais diretas. Esta heavy e menos prog do que costume, o que não afeta o bom resultado do álbum.

Com influências forte de Iron Maiden, Fates Warning e Qeensryche, o grupo compôs uma grande canção, “The Book of Life”, que também remete a bons momentos do Dream Theater. “Fall of Jericho”, mais pesada, também merece destaque, assim como “Good Enough”.

A banda é formada por formado por Felipe Travaglini (vocal), Matheus Armelin (guitarra), Hugo Mazzotti (baixo) e Thiago Siqueira (bateria). Fundada em 2000 em Piracicaba (SP), e lançou os álbuns “Shapes of Memory” (2002), “Status Quo” (2005), “Devil’s Dance” (2011) e “UnKnown Trails” (2014).

“Behind the Wall” foi produzido e gravado por Matheus Armelin no Transient Studio, em Piracicaba, cidade natal do grupo. A bateria, violões, vocais complementares foram gravados e coproduzidos por Renato Napty no iPu Va’e Estúdio.

O Maestrick lançou no final de 2022 o EP “Maestrickmas”, com duas músicas autorais, uma delas inédita no Brasil, e a versão de “It’s beginning to look a lot like Christmas”, hit natalino do compositor norte-americano Meredith Wilson. 

“As músicas deste EP consolidam três momentos muito importantes da história do Maestrick: nosso começo, com a versão a capella de uma música do nosso primeiro disco, o 'Unpuzzle!', o alcance internacional da banda com 'The Creation', música lançada exclusivamente no Japão em 2018, e o momento mais criativo da banda durante a composição do novo disco, a versão de 'It’s beggining to look a lot like Christmas', que nasceu como uma diversão durante as sessões de pré-produção do 'Espresso Della Vita: Lunare'", diz o vocalista e tecladista Fabio Caldeira.

"Espresso Della Vita", com o nome de "Lunare", é a segunda parte de um ambicioso projeto conceitual e que deve ser lançado neste ano.  

"It’s beginning to look a lot like Christmas", escrita em 1951 pelo compositor norte-americano Meredith Willson, ganhou uma nova roupagem e foi gravada durante as sessões de composição e pré-produção do disco “Espresso Della Vita: Lunare”, continuação de “Espresso Della Vita: Solare”.

“Para sua versão, o Maestrick se inspirou nos encantos do Natal e no que ele representa no imaginário das pessoas. Procuramos fazer uma música com todos os elementos que o público mais gosta no Maestrick: autenticidade, instrumental bem trabalhado, harmonias vocais grandiosas e diversão”, explica o vocalista Fábio Caldeira.

A letra de “It’s beginning to look a lot like Christmas” fala sobre os símbolos que são universais na celebração natalina, tais como luzes, sinos e árvores, sempre relembrando o significado real da data: é época de união, fé, renovação e espiritualidade.”
 
“Procuramos trazer para a nossa interpretação desse clássico sons e elementos típicos das músicas do Natal, mas que façam com que ele soe agradável em qualquer época do ano”, comenta o baterista Heitor Matos.

O clipe foi feito durante a sessão de gravação da música, no estúdio da banda, em São José do Rio Preto (SP). Traz cenas descontraídas dos bastidores e da duradoura amizade entre seus integrantes: o Maestrick está na estrada há 15 anos, conta com seus três membros fundadores – Fábio Caldeira nos vocais, teclados e piano, Renato Montanha no contrabaixo e Heitor Matos na bateria – e acaba de celebrar os 10 anos de lançamento de seu primeiro disco, “Unpuzzle!”.

O lançamento de “It’s beginning to look a lot like Christmas” também apresenta ao público Guilherme Carvalho, guitarrista que acompanhou a banda em vários shows da turnê do “Espresso Della Vita: Solare” e que agora assume oficialmente as guitarras do Maestrick.

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