segunda-feira, 13 de março de 2023

Morre Canisso, baixista dos Raimundos, aquele que ajudou o rock nacional a ficar mais pesado

 O mais sereno e centrado de uma banda de inspiração punk e que representava a rebeldia do rock nacional nos anos 90. Canisso, baixista dos Raimundos, dava a entender que era o porto seguro de uma banda intensa e completamente anárquica. Mesmo nos piores momentos da trajetória, como na separação do vocalista Rodolfo Abrantes, fez a ponte entre os dois mundos e ganhou o respeito de todos.

Por conta desse histórico, sua morte nesta segunda-feira (13), aos 57 anos d idade, em São Paulo, surpreendeu e chocou o mundo da música. Uma queda depois de um mal súbito, em casa, foi a causa primária da morte. Há a suspeita de que tenha sofrido um ataque cardíaco.

Os Raimundos foram a melhor coisa que surgiu no rock nacional dos anos 90 ao lado do movimento Manguebeat. Era punk, era pesado, era escrachado, era insolente e rebelde.

Canisso (nome verdadeiro,  José Henrique Campos Pereira) começou na música tocando guitarra, mas passou para o baixo por necessidade das bandas. 

No início, como se fosse uma guitarra base, ao estilo Lemmy Kilmister, do Motorhead, com alguma semelhança também com o que John Entwistle, de The Who, fazia. Apostava em volume ensurdecedor para acompanhar a guitarra de Digão - e também para e fazer notar.

Não era virtuoso e nem se notabilizou como frasista ou com riffs marcantes. Como instrumentista, era rígido e preciso, gostava de tocar muito alto, dando um volume sonoro inigualável dentro do rock nacional.

Com mais de 35 anos de carreira, o grupo de Brasília lançou nove álbuns de estúdio e emplacou hits nos anos 90 como "Eu Quero Ver o Oco", "Mulher de Fases" e "A Mais Pedida".

Foram duas fases principais do Raimundos: uma com o vocalista Rodolfo Abrantes (até 2001) e outra com o guitarrista Digão assumindo os vocais (a partir de 2001).

Quando da saída de Rodolfo, ele permaneceu no grupo, mas acabou se afastando por um longo período a partir  2004, chegando inclusive a participar de uma das formações do Rodox, o projeto seguinte do ex-vocalista dos Raimundos. Tempos depois, reassumiu o posto de baixista da banda, que integrava até a sua morte.


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