"The Who featuring Isobel Griffiths Orchestra - With Orchestra Live at Wembley" é um bom rregistro da última grande turnê da banda pelos Estados Unidos e Inglaterra explorando a sonoridade já batida de ter uma orquestra por trás do som vigoroso da banda. Milhões de outras bandas fizeram a mesma coisa com competência, então a novidade é zero.
Os alarmes falsos de aposentadoria continuam e a dupla Roger Daltrey e Pete Townshend, que se aproxima dos 80 anos de idade, já assumem que não deverão mis produzir músicas novas - são apenas dois discos de inéditas desde 1982 mais algumas canções inéditas soltas em coletâneas.
Se a decisão é se tornar "covers de si mesmos", então que o façam de forma decente. E o fizeram bem no novo ao vivo, mas não nos nos enganemos: é mais do mesmo e mais nada.
Não que esperássemos lgo esfuziante e diferente, mas é sempre chato constatar que a banda vai continuar repisando os velhos clássicos - e são muitos - em turn~es intermináveis e que nada acrescentam em termos artísticos.
Já experimentaram todos os formatos possíveis - ao vivo, unplugged, com convidados especiais, tocando discos icônicos na íntegra - e faltava a adição de uma orquestra.
Parece ser um último suspiro de um nome mais do que relevante na história da música ocidental, e que o caminho, a partir de agora, é a redução progressiva das atividades até que encerrem dignamente as mais de seis décadas de serviços prestados.
Há uma certa divergência a respeito de como se manter ativos aos quase 80 anos de idade. Daltrey não perde a oportunidade de dizer que não faz sentido criar novas músicas, já que ninguém se interessa por elas. Não se importa de tocar as mesmas músicas o tempo todo, algumas compostas em 1964.
O guitarrista Pete Townshend até admite ser difícil compor novas músicas para o Who, mas segue acreditando no trabalho criativo. Acaba de lançar um single, o primeiro solo em 30 anos, "Can't Outrun the Truth", uma canção simples de inspiração country embalada ao violão. Nada muito animador, mas é uma canção nova, pelo menos.
Quando ao recente lançamento ao vivo, a banda teve o som encorpado com a orquestra e deu uma mudada no repertório, resgatando pérolas quase nunca rocadas ao vivo, como a balada 'Imagine a Man", do álbum "The Who By Numbers", de 1975. A versão ficou ótima, em que Daltrey, que adora essa canção de Townshend, mostra toda a sua qualidade ao interpretar de forma delicada.
A poderosa "The Punk Meets the Godfather", da ópera-rock "Quadrophenia", de 1973, é talvez a canção mais pesada que a banda já produziu e gravou. Ganha nova chance em um momento em que ela casa bem com arranjos orquestrais.
Duas músicas do mais recente álbum, "WHO", de 2019, entraram apenas por obrigação e para justificar o lançamento do disco. "Ball and Chain" e "Hero Ground Zero" certamente mereceriam mais atenção se fosse gravadas no passado, mas em 2019 e 2020 soam apenas como complemento de repertório.
As outras 16 músicas são as mesmas de sempre, com uma ou outra variação, já que "Join Together" e "Emminence Front", duas qu eram raras, estão no repertório desde 2015. Há outra recuperação, a versão acústica da melancólica "Tea and Theatre", de "Endless Wire" (2006), que encerra o show, assim como era na época em que fi lançada.
Dois clássicos ressurgem em versões desplugadas - "Won't Get Fooled Again" e "Behind Blue Eyes" - e pouco acrescentam ao que jpa fizeram no passado.
É uma obra agradável, mas não é relevante para a carreira da banda. Os fãs pouco exigentes vão adorar; os pouco íntimos com a discografia da banda não ficarão impressionados, mas não deixarão de perceber que a banda tocou com bastante disposição - adoram os palcos mesmo com a idade avançada - e que a orquestra foi muito bem, mesmo soterrada pelo pese dos instrumentos elétricos.
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