segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Assassinato de cantoras ucranianas reacende fervor antibelicista do mundo da música

 Duas semanas atrás uma dupla folk uraniana se apresentava em uma das principais praças da devastada cidade de Zaporizhia, na Ucrânia, em uma manifestação diária contra a guerra e a invasão russa nojenta, que já dura 19 meses. 

Foram filmadas de violão em punho entoando clássicos do rock e canções folclóricas de seu país. Uma hora depois estava mortas após um ataque russo de mísseis.

Svetlana, de 17 anos, e Kristina, de 19, eram estudantes e acreditavam que sair de casa e correr perigo para protestar era melhor do que ficar em casa de uma bomba em suas casas, 

Preferiram mostrar aos invasores/criminosos russos que elas não tinha med, e que o povo ucraniano não tem medo. Eram vozes potentes da resistência. Tornaram-se mártires e seus assassinatos isolaram ainda mais a Rússia.

A repercussão internacional foi enorme e ensejou mais uma rodada de apoio artístico á causa ucraniana. O cantor e violonista luxemburguês Rome dedicou a sua atual turnê europeia aos refugiados, iniciando-a por Kiev, a capital bombardeada da Ucrânia, em julho. Parte da renda será destinada aos campos de refugiados na Polônia.

O Pink Floyd, no ano passado, "ressuscitou" depois que o guitarrista David Gilmour se juntou a músicos ucranianos para gravar um single beneficente. Por conta das mortes das duas estudantes, a música será relançada neste mês.

Bono e The Edge, vocalista e guitarrista do U2, form além e desembarcaram em Kiev para gravar um vídeo tocando de forma acústica, no metrô, com músicos da cidade. O vídeo novamente está circulando na internet com mais força do que antes.

A banda holandesa de metal Within Temptation acaba de lançar um álbum, "Bleed Out", com trechos inspirados na guerra e dedicados aos sofridos ucranianos.

Desde o início da guerra na Ucrânia, Within Temptation mudou seu foco de escrever sobre emoções pessoais e temas sociais para abordar injustiças globais e refletir o estado tumultuado do mundo de uma maneira que outros artistas parecem incapazes ou não dispostos a fazer.

A vocalista Sharon den Adel declara: "A guerra na Ucrânia nos influenciou muito. Como artistas, somos inspirados pelo mundo e temos essa plataforma. Somos contadores de histórias e acredito que, como seres humanos, esses são assuntos dos quais deveríamos estar falando."

Enquanto músicas como "Wireless" e "We Go To War" examinam a agressão autoritária presente na Ucrânia e em outras zonas de guerra, a própria faixa-título aborda a situação das mulheres que lutam por seus direitos no Irã após o assassinato de Mahsa Amini (moça de 22 anos atacada ela polícia religiosa porque "não vestia corretamente o véu islâmico").

Sharon explicou ainda: "Eu vivi no Iêmen quando era criança. Meus pais viveram em vários países do Oriente Médio, e eu os visitei muitas vezes quando estavam lá. É um mundo diferente. Devido ao meu tempo lá, me sinto conectada a essa parte do mundo. Fiquei incrivelmente impressionada pela bravura das jovens mulheres que têm queimado seus lenços sabendo que seriam jogadas na prisão ou algo pior - é de partir o coração."

A banda uraniana Jinjer, de heavy metal, criou uma campanha de doações em seu site para ajudar músicos e refugiados das áreas mais atingidas pelos ataques dos terroristas russos. Baseada na Holanda e em turnê pela Europa, a banda liderada pela cantora Tatyana Schmayluk viu o volume de doações explodir depois do assassinato da dupla folk em Zaporizhia.

Quem também está relançando seu trabalho que aborda a guerra é a banda norte-americana Cxnnibalistik, que foi ágil para compor e lançar em tempo muito curto "Ukraine" em maio de 2022. A obra foi remixada e está em nova versão nas plataformas digitais e é o libelo mais contundente contra a guerra e contra o estado terrorista russo.

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