Duas semanas atrás uma dupla folk uraniana se apresentava em uma das principais praças da devastada cidade de Zaporizhia, na Ucrânia, em uma manifestação diária contra a guerra e a invasão russa nojenta, que já dura 19 meses.
Foram filmadas de violão em punho entoando clássicos do rock e canções folclóricas de seu país. Uma hora depois estava mortas após um ataque russo de mísseis.
Svetlana, de 17 anos, e Kristina, de 19, eram estudantes e acreditavam que sair de casa e correr perigo para protestar era melhor do que ficar em casa de uma bomba em suas casas,
Preferiram mostrar aos invasores/criminosos russos que elas não tinha med, e que o povo ucraniano não tem medo. Eram vozes potentes da resistência. Tornaram-se mártires e seus assassinatos isolaram ainda mais a Rússia.
A repercussão internacional foi enorme e ensejou mais uma rodada de apoio artístico á causa ucraniana. O cantor e violonista luxemburguês Rome dedicou a sua atual turnê europeia aos refugiados, iniciando-a por Kiev, a capital bombardeada da Ucrânia, em julho. Parte da renda será destinada aos campos de refugiados na Polônia.
O Pink Floyd, no ano passado, "ressuscitou" depois que o guitarrista David Gilmour se juntou a músicos ucranianos para gravar um single beneficente. Por conta das mortes das duas estudantes, a música será relançada neste mês.
Bono e The Edge, vocalista e guitarrista do U2, form além e desembarcaram em Kiev para gravar um vídeo tocando de forma acústica, no metrô, com músicos da cidade. O vídeo novamente está circulando na internet com mais força do que antes.
A banda holandesa de metal Within Temptation acaba de lançar um álbum, "Bleed Out", com trechos inspirados na guerra e dedicados aos sofridos ucranianos.
Desde o início da guerra na Ucrânia, Within Temptation mudou seu foco de escrever sobre emoções pessoais e temas sociais para abordar injustiças globais e refletir o estado tumultuado do mundo de uma maneira que outros artistas parecem incapazes ou não dispostos a fazer.
A vocalista Sharon den Adel declara: "A guerra na Ucrânia nos influenciou muito. Como artistas, somos inspirados pelo mundo e temos essa plataforma. Somos contadores de histórias e acredito que, como seres humanos, esses são assuntos dos quais deveríamos estar falando."
Enquanto músicas como "Wireless" e "We Go To War" examinam a agressão autoritária presente na Ucrânia e em outras zonas de guerra, a própria faixa-título aborda a situação das mulheres que lutam por seus direitos no Irã após o assassinato de Mahsa Amini (moça de 22 anos atacada ela polícia religiosa porque "não vestia corretamente o véu islâmico").
Sharon explicou ainda: "Eu vivi no Iêmen quando era criança. Meus pais viveram em vários países do Oriente Médio, e eu os visitei muitas vezes quando estavam lá. É um mundo diferente. Devido ao meu tempo lá, me sinto conectada a essa parte do mundo. Fiquei incrivelmente impressionada pela bravura das jovens mulheres que têm queimado seus lenços sabendo que seriam jogadas na prisão ou algo pior - é de partir o coração."
A banda uraniana Jinjer, de heavy metal, criou uma campanha de doações em seu site para ajudar músicos e refugiados das áreas mais atingidas pelos ataques dos terroristas russos. Baseada na Holanda e em turnê pela Europa, a banda liderada pela cantora Tatyana Schmayluk viu o volume de doações explodir depois do assassinato da dupla folk em Zaporizhia.
Quem também está relançando seu trabalho que aborda a guerra é a banda norte-americana Cxnnibalistik, que foi ágil para compor e lançar em tempo muito curto "Ukraine" em maio de 2022. A obra foi remixada e está em nova versão nas plataformas digitais e é o libelo mais contundente contra a guerra e contra o estado terrorista russo.
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