Alguém precisava segurar irmão mais velho, que era impulsivo, sonhador, criativo e extremamente inquieto. A banda tinha tudo para se tornar uma das mais interessantes do cenário, não havia limites no cérebro do primogênito Carlos. Só mesmo Cláudio, o mais novo, para ajudar a dar forma para o que estava em sua cabeça...
Carlos e Cláudio estão inscritos na história do rock nacional por terem sustentado a Dorsal Atlântica, pioneira no rock pesado brasileiro ao lado dos paraenses do Stress, só que bem mais extremo e violento. Death, thrash, black metal, hardcore? Escolha o rótulo.
Foram 42 anos segurando a onda, com Carlos praticamente em tempo integral, com o apoio importante de Claudio na maioria das vezes, mas nem sempre presente para acompanhar a borbulhante e efervescente mente do mano mais velho.
E então o coração mais tranquilo e sereno de Claudio Lopes pregou uma peça na história mais turbulenta da Dorsal. Ele morreu na sexta-feira (4), dormindo, aparentemente de ataque cardíaco, aos 59 anos de idade.
"Recebi a notícia logo pela manhã, quando falei com minha sobrinha. Ele desencarna em um dia 5 de agosto, justamente a fata em que cheguei a Brasília para morar definitivamente no atrás. Todos os meus pensamentos estão na passagem dele", comentou Carlos "Vândalo" Lopes, o vocalista e guitarrista da Dorsal Atlântica
Cláudio, o baixista, era há muitos anos funcionário público e não esteve sempre ao lado irmão na banda. Foram vários os hiatos até que Carlos decretasse o fim "definitivo" no final dos anos 90. Ele voltou com a Dorsal em 2011, ms não era figura presente nos shows a partir de 2021. Era um instrumentista correto e tocava pesado, embora não fosse considerado um virtuoso no instrumento.
Os irmãos criara, a banda em 1981 – inicialmente chamava Ness – no Rio de Janeiro e adotou a alcunha de Cro-Magnon. Permaneceu no grupo até 1996, registrando os álbuns “Antes do Fim” (1986), “Dividir e Conquistar” (1988), “Searching for the Light” (1990), “Musical Guide from Stellium” (1992) e “Alea Jacta Est” (1994).
Retornou na década passada, tendo gravado “2012” (2012), “Imperium” (2014), “Canudos” (2017) e o mais recente, “Pandemia” (2021). Nos últimos anos, também fez parte do grupo de covers Titanica. Desde o ano passado, Alexandre Castellan – também guitarrista e vocalista da banda Siriun – vinha se encarregando da função nas apresentações ao vivo da Dorsal.
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