Na trilha do Angra e de Edu Falaschi, outras bandas brasileiras investiram recentemente em singles com nítida inspiração no power metal noventista, mas olhando para a frente e tentando incorporar algumas inovações a um gênero que parecia morto e enterrado depois da superexposição de Stratovarius, Helloween, Hammerfall e Sonata Arctica.
Uma das grandes sensações dos últimos anos no Brasil é a banda paulista The Giant Void, criada pelo multi-instrumentista Felipe Colenci e com os vocais impressionantes de Hugo Rafael, um assíduo frequentador de reality shows musicais.
O primeiro disco foi uma das melhores estreias metálicas brasileiras e misturava heavy tradicional om power metal em equilíbrio, com timbres modernos de guitarra inspirados no rock pesado europeu, mas com arranjos inusitados.
O segundo álbum chega em breve, e "Dirty Sinner" segue a mesma toada do que a banda fez no primeiro registro. É rápida e pesada, cheia de groove, com guitarra no alto e um baixo sincopado e reverberando bastante. Se como composição não inova, tem qualidade o suficiente para manter o nível alto do que a banda já fez.
Metal tradicional por excelência, a banda Icon of Sin já lançou o álbum "Legends", que foi precedido por singles, "Night Force" e "Wheels of Vengeance", que trazem um frescor a um subgênero saturado, ainda que nada tenham de original - e nem era essa a intenção.
A primeira é Iron Maiden puro, a começar do riff inicial - e não poderia ser diferente, já que o vocalista Raphael Mendes é chamado de "Bruce Dickinson brasileiro" tamanha é a semelhança dos timbres e estilo. É uma boa música, com refrão contagiante, mas é maiden demais. Entretanto, caiu no gosto dos apreciadores de metal tradicional.
A segunda, "Wheels of Vengeance", soa mais moderna e diferente, seguindo em uma linha próxima dos alemães do Primal Fear, um hard'n'heavy com um vocal que também lembra muito Dickinson da fase solo, dos anos 90. É uma música muito boa, mas nada fora de série, embora soe bastante agradável.
Os gaúchos da Mortticia, banda veterana de metal melódico, reaparece com a ótima "Plethora", encharcada de ganchos á la Saxon e Judas Priest, as principais influências.
A música é rápida, ams nem tão veloz quanto às novas de Angra e Edu Falaschi, A ênfase é no heavy tradicional, principalmente no interlúdio, seguido de um solo espetacular de guitarra. É um trabalho elogiável, com destaque também para a criativa linha de baixo.
“Plethora”. que significa ‘abundância’ em inglês. É uma composição que nos convida a explorar as infinitas possibilidades do universo e questionar o significado da vida.
Outra banda gaúcha que merece atenção é a Inner Caligula, também veterana da cena nacional. the Emperor" é o mais recente single, que se equilibra entre o power metal e a vertente mais tradicional, evocando as boas influências de Judas Priest e Iron Prima Fear.
A música descreve a ascensão e dominação implacável de um líder poderoso, retratado como um imperador que construiu seu reinado sobre a morte, traição e terror. Ele proclama sua autoridade absoluta e se compara a um deus em forma humana, exigindo obediência e respeito de todas as nações.
No mundo pós-pandemia, com as coisas entrando nos eixos, ainda que devagar, o metal tradicional puxado para o power/melódico mostra uma recuperação exemplar e novos trabalhos muito interessantes.
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