terça-feira, 8 de agosto de 2023

O ressurgimento do power metal nas novas músicas de Angra e Edu Falaschi

 O som vigoroso, rápido, forte e com vocais estridentes que tanto marcaram os anos 90 no segmento do heavy metal, está de volta. Seja mais próximo do metal tradicional ou do speed metal, grupos brasileiros importantes, veteranos e novos, apostaram no subgênero dentro de um movimento que é simultâneo em várias partes do mundo
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Os maiores destaques têm tudo a ver com o Angra: o próprio e seu ex-vocalista Edu Falaschi, que devem lançar neste segundo semestre seus novos trabalhos completos, muito aguardados e com as melhores das expectativas.

"Cycle of Pain" é o álbum do Angra que chega em breve. A primeira amostra, a canção "Ride in the Storm", remonta às origens da segunda formação, que estreou em 2000 depois das saídas de Andre Matos (vocais), Luís Mariutti (baixo) e Ricardo Confessori (bateria). A ntrada de Falaschi, na época, deixou a banda menos progressiva e mais power metal

A nova canção do Angra não é surpreendente e nem traz novidades, para decepção de muitos fãs. no entanto, entrega o que promete: uma música boa, com refrão forte, guitarras velozes e uma performance vocal extraordinária de Fabio Lione.

O guitarrista Rafael Bittencourt, o principal compositor, prometeu em várias entrevistas que o novo disco será o mais variado dos 30 anos da banda, trazendo convidados especiais e indo do heavy clássico ao som mais pesado e extremo. Quem ouviu o álbum inteiro garante que o potencial de ser o melhor disco da história do grupo paulistano.

Edu Falaschi renasceu depois de sua conturbada saída do Angra em 2012. Recuperou-se de alguns problemas de saúde e tinha a ideia de prosseguir como Almah, bnda que mantinha paralelamente ao Angra. 

No entanto, uma série de projetos interessantes o empurraram para a carreira solo, primeiro revisitando alguns clássicos de sua trajetória de 30 anos, como a megaturnê de sucesso "Rebirth on Temple os Shadows Tour", e depois "Temple of Shadows Tour", com músicas de sua época do Angra. 

Foi o impulso que faltava para criar uma das melhores obras de heavy metal do metal nacional, "Vera Cruz", de 2021, baseado na história do descobrimento do Brasil e misturando power metal e prog metal. Além disso, revelou-se um compositor ainda melhor, com habilidade para fazer álbuns conceituais.

"Eldorado", o seu próximo disco, é uma sequência de "Vera Cruz" em termos conceituais, digamos assim. O tema abordado é  das civilizações pré-colombianas e como elas foram impactadas com a chegada dos colonizadores espanhóis no século XVI.

"Señores Del Mar" é o primeiro single, uma canção de ares sinfônicos mas que é um primor de power metal be feito. É tão rápida quanto a do Angra, mas com mis detalhes e arranjos elaborados. 

Falaschi vai bem na primeira parte antada em espanhol, com uma longa introdução de inspiração latino-americana, para depois descambar em um metal poderoso movido a guitarras bem pesadas. 

Geralmente as comparações na música soam indevidas, incompletas e suspeitas, mas tentemos ao menos entender o contexto destas duas músicas. O Angra está no DNA de ambas, em que o passado fornece as bases para um futuro bastante luminoso e promissor, ainda que os conceitos sejam bem distintos. 

Ainda assim, por se tratar de um trabalho mais antigo, dentro de um mesmo contexto, "Señores Del Mar" já dá a pinta do que será "Eldorado" e, ao mostrar-se mais bem arranjada, parece soar mais arrojada do que a canção do Angra.

"Ride in the Storm", por sua vez, reacendeu esperanças de que o Angra siga uma vertente mais direta e menos progressiva, diferenciando-se dos dois últimos discos, "Secret Garden" (2015) e "OMNI" (2018).

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