quarta-feira, 30 de agosto de 2023

Veja quais são as atrações roqueiras de The Town

Na era dos festivais em que a música é um acessório ou secundária, é preciso garimpar bastante em programações extensas as atrações que valem a pena em meio a tocadores de pen drive e porcarias dançantes travestidas de "rhythm an blues". Tem sido assim nas várias edições do Rock in Rio e será assim em The Town.

Nos próximos dias 2, 3, 7, 9 e 10 de setembro, acontecerá a primeira edição do evento no Autódromo de Interlagos. O festival paulista que é o irmão mais novo do Rock in Rio tem sempre aquele headliner de sempre, chamado para garantir o resultado a fechar a bilheteria no azul. E a escolha de The Town para os roqueiros foi boa. 

Foo fighters é a última das grandes bandas de rock, aquela capaz de encher estádios no mundo inteiro. Quem bom que a escolha não recaiu sobre os de sempre e queridinhos da empresa que organiza o evento - Iron Maiden e Guns n' Roses;

A banda de Dave Grohl tenta se rearrumar depois da morte do baterista Taylor Hawkins no ano passado. Josh Freese foi o escolhido para assumir as baquetas e o show continua bom como sempre. Nunca dá errado e a banda promete carregar o festival nas costas.

Como de praxe em festivais gigantes como esse e os Lollapaloozas da ida, o rock é coadjuvante, com cada vez menos aparições e atrações interessantes. Nada surpreendente quando observamos que a música fica em segundo plano nesse tipo de evento.

Vasculhando o elenco extenso de The Town, ressaltamos o que de melhor o festival oferecerá de rock, ou que possa se assemelhar ao rock ou coisas que mereçam destaque no jazz, no blues e na soul music. Para saber a programação completa, com os dias e os palcos de cada atração, clique em 

Detonautas Roque Clube - Banda que foi a ponta-de-lança do rock nos protestos contra o (des)governo nefasto de Jair Bolsonaro (PL) reaparece mais serena e tranquila pregando algum tipo de pacificação e reconciliação. Não deixa de ser uma espécie de amadurecimento e de uma busca por outros caminhos. Com uma sacola cheia de hits, prepara-se para divulgar seus mais recentes trabalhos, EPs acústicos que sinalizam novos caminhos para celebrar 30 anos de existência.

Pitty - Cantora de rock de maior destaque entre as mulheres no Brasil, saboreia o sucesso da parceria com Nando Reis (ex-Titãs), as promete resgatar o peso que sempre foi característico em sua carreira solo. É um show bacana para mostrar que o rock nacional tem vigor suficiente para enfrentar o mar de atrações insípidas que domina o elenco.

Barão Vermelho - Talvez seja o ponto alto das comemorações dos 40 anos de carreira da instituição carioca, que é um dos rostos do rock nacional. Com o convidado Samuel Rosa (ex-Skank), é garantia do melhor show roqueiro que existe, por mais que o guitarrista e vocalista Roberto Frejat há anos tenha partido para a carreira solo.

Hermeto Paschoal - Genial multi-instrumentista parece deslocado em um festival destinado a quem não gosta muito de música. Dentro da diversidade de estilos, no entanto, é algo a ser observado e apreciado sem moderação, já que seu som experimental costuma agradar aos apreciadores de rock progressivo. é um dos gênios da humanidade ainda vivos

Esperanza Spalding - Contrabaixista norte-americana surgiu como um furacão no mundo do jazz com uma abordagem inovadora do instrumento, encharcando sua música de world music, principalmente a latina e a brasileira - tanto que fala bem o português graças à convivência com músicos nacionais. Nos últimos anos vem se aproximando cada vez mais das tendências modernas da música negra americana, soando cada vez mais experimental. É um dos shows imperdíveis.

Yeah Yeah Yeahs - Banda que já foi sensação pop há priscas eras continua assombrando searas alternativas e nem tão alternativas assim. O som é honesto, mas sem reverberação e contundência. em época de rock de menos, é o que temos.

Maroon 5 - Nunca saberemos se a música dessa banda é rock alternativo, contemporâneo ou um pop movido a guitarrinhas estridentes. Bastante popular no Brasil, mobiliza uma plateia que se contenta com mais do mesmo. Entretanto, pelo menos é rock, por mais soe insosso e sem sabor.

Joss Stone - A diva inglesa do soul e do rhythm and blues explodiu aos 17 anos como um talento grandioso e capaz de reeditar o sucesso das mulheres fabulosas que dominaram o gênero nos Estados Unidos. sua carreira sempre foi consistente e tem um público gigantesco, mas foi ofuscada por Amy Winehouse e Adele, embora seja a melhor delas na opinião de muitos críticos musicais. Depois de traalhar com Jeff Beck e Mick Jagger (na banda Superheavy), modernizou o seu som, acrescentando beats e loops e apostando em uma sonoridade mais próxima do R&B americano.

Angelique Kidjo - Da para dizer que a africana natural de Benin é o equivalente de Joss Stone na world music, passeando pelo jazz, pelo blues, pela soul music e por várias tendências da música étnica. Como ela tem quase o dobro da idade da inglesa, o mais correto é dizer que Stone é a versão soul de Kidjo. É uma voz mundial poderosa dentro e fora dos palcos, engajando-se em diversas causas humanitárias como embaixadora cultura da ONU.

Stanley Jordan - Veterano guitarrista americano de jazz é um assíduo frequentador dos palcos e já engatou inúmeras parceiras por aqui. muita gente ainda lembra da versão maravilhosa instrumental de "Stairway to Heaven", do Led Zeppelin, do final dos anos 80, o que , de certa forma, soa como uma injustiça diante da vasta obra deste músico peculiar. é um dos gigantes do jazz contemporâneo.

Garbage - Era para ter estourado como a principal banda de rock alternativo de sua época, com suas guitarras pesadas e so cru, além de uma carismática vocalista escocesa. Trinta anos depois, a banda Shirley Manson passou por hiato e tempos de vacas magras, mas mantém a qualidade e o vigor em tempos em que ser um artista íntegro não conta muito mais pontos. Outro acerto do festival.

Ney Matogrosso - Aos 81 anos e 50 depois de estourar com os Secos & Molhados, o cantor mais identificado com a MPB vê a coroação de uma trajetória espetacular - é invejado or muito roqueiro por sua atitude e sua força de espírito. Símbolo vivo da contestação e da resistência, Ney é a coisa mais instigante de um gênero musical que há muito deixou de ser subversivo  perigoso.

Terno Rei - Band pop por excelência, terá a companhia da cantora Fernanda Takai, do Pato Fu, para alegria dos indies e alternativos. Não deverá apresentar grandes surpresas, mas vai agradar a um público que anseia por coisas diferentes.

Racionais MC's - O nome mais importante do rap brasileiro se une à orquestra Sinfônica de Heliópolis para um mergulho profundo na música brasileira moderna, incrementando a sua música dura e pesada om toques de brasilidade e neosoul. Com 35 anos de carreira, ainda é capaz de mobilizar multidões e mostrar que suas canções ainda são atuais, principalmente depois da desgraça que foi o governo bolsonarista. Continuam relevantes e necessários.

Planet Hemp - Embalado pelo novo disco, "Jardineiros", terá a companhia no palco do rapper Criolo, este cada vez mais próximo da MPB e da música romântica. No novo trabalho é forte e contundente, com um viés político e social que demonstra que a banda está afiada e disposta a continuar relevante.

https://thetown.com.br/pt/lineup 

https://www.estadao.com.br/cultura/musica/the-town-2023-veja-programacao-completa-com-horarios-dos-shows-nprec/#:~:text=Cada%20palco%20do%20evento%20ser%C3%A1,Lovato%2C%20Iggy%20Azalea%20e%20H.E.R.

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