Até que ponto podemos colocar Erasmo Carlos como um rocker? O que ele fez na Jovem Guarda, com e sem o parceiro Roberto Carlos, e nos anos 70 pode ser considerado rock?
Alguns críticos e detratores riem dessa afirmação, indo ao ponto de considerar mero oportunismo o fato de que Erasmo, morreu aos 81 anos nesta terça-feira (22), no Rio de Janeiro, bradar que é um dos pioneiros do gênero no Brasil e ousar travestir algumas de suas músicas e álbuns de “rock”.
Se formos espremer mesmo a obra do músico, não há muito de rock a encontrar nos últimos trabalhos ou mesmo a partir dos nos 80, ainda que sua postura dentro e fora dos palcos ensejem alguma associação. Mas não dá para dissociá-lo totalmente do gênero.
Entretanto, diante da imponência de sua figura e de sua importância, não dá para escapar do clichê: Erasmo Carlos foi gigante fa música brasileira e um dos pilares dos primórdios do rock neste país.
Sempre foi um músico honesto e merece todas as honras e homenagens, por mais que haja excessos ao ser considerado um símbolo do gênero.
Sim, tem rock, e dos bons, em sua discografia, mas a predominância é de uma música popular mais soft, agridoce, sem nenhuma agressividade e bastante palatável ao gosto médio do ouvinte de rádio de 40 ou 50 anos atrás.
A partir dos anos 90, quando foi considerado um fóssil vivo de forma bem mal-educada, orientou seu repertório para um rock comercial, distanciando-se do pop sem sabor e sem cheiro que empreendeu na década anterior. Curiosamente, ficou mais roqueiro, e melhor artista, depois dos 60 nos de idade.
Isso não quer dizer que seu trabalho mais pop e mais romântico dos anos 70 deva ser desprezado, assim como as gemas que produziu com ou sem Roberto Carlos nos anos 60. Seus trabalhos são históricos e necessários, com registros preciosos do que foi a evolução da música nacional orientada para os jovens.
Sim, tem rock, e dos bons, em sua discografia, mas a predominância é de uma música popular mais soft, agridoce, sem nenhuma agressividade e bastante palatável ao gosto médio do ouvinte de rádio de 40 ou 50 anos atrás.
A partir dos anos 90, quando foi considerado um fóssil vivo de forma bem mal-educada, orientou seu repertório para um rock comercial, distanciando-se do pop sem sabor e sem cheiro que empreendeu na década anterior. Curiosamente, ficou mais roqueiro, e melhor artista, depois dos 60 nos de idade.
Isso não quer dizer que seu trabalho mais pop e mais romântico dos anos 70 deva ser desprezado, assim como as gemas que produziu com ou sem Roberto Carlos nos anos 60. Seus trabalhos são históricos e necessários, com registros preciosos do que foi a evolução da música nacional orientada para os jovens.
A Jovem Guarda foi um movimento importante dentro da cultura brasileira não há dúvida. Mostrou que os jovens do começo dos anos 60 no Brasil tinham voz, vontade própria, talento e inteligência. ]
Mais do que isso, não queriam ficar presos às correntes monolíticas da MPB clássica do samba-canção e das marchinhas de carnaval nem às limitações do pseudo-intelectualismo da bossa nova.
Não é por acaso que a Jovem Guarda é mais relevante como movimento musical e cultural na história brasileira do que a bossa nova e o tropicalismo. Por outro lado, há quem ache a associação de Jovem Guarda com o rock artificial e forçada. Não estão de toda forma errados.
E o que dizer da parcela mais radical que considera que rock mesmo começou a ser feito de verdade no Brasil quando a beatlemania estava quase extinta?
Foi quando apareceu por aqui Ronnie Von e os Mutantes, ao mesmo tempo em que alguns artistas da Jovem Guarda – com Roberto e Erasmo Carlos liderando – resvalavam, bem de leve, em tentativas frustradas de produzir algum tipo de “rock”. Estão errados?
O Tremendão defendeu o seu legado roqueiro para as novas gerações. Erasmo Carlos fez rock? Foi roqueiro? Quem se importa com isso? Celebremos a música alegre e o ótimo trabalho que fez por mais de 60 anos. Queiramos ou não, e um símbolo do nosso tempo.
Mais do que isso, não queriam ficar presos às correntes monolíticas da MPB clássica do samba-canção e das marchinhas de carnaval nem às limitações do pseudo-intelectualismo da bossa nova.
Não é por acaso que a Jovem Guarda é mais relevante como movimento musical e cultural na história brasileira do que a bossa nova e o tropicalismo. Por outro lado, há quem ache a associação de Jovem Guarda com o rock artificial e forçada. Não estão de toda forma errados.
E o que dizer da parcela mais radical que considera que rock mesmo começou a ser feito de verdade no Brasil quando a beatlemania estava quase extinta?
Foi quando apareceu por aqui Ronnie Von e os Mutantes, ao mesmo tempo em que alguns artistas da Jovem Guarda – com Roberto e Erasmo Carlos liderando – resvalavam, bem de leve, em tentativas frustradas de produzir algum tipo de “rock”. Estão errados?
O Tremendão defendeu o seu legado roqueiro para as novas gerações. Erasmo Carlos fez rock? Foi roqueiro? Quem se importa com isso? Celebremos a música alegre e o ótimo trabalho que fez por mais de 60 anos. Queiramos ou não, e um símbolo do nosso tempo.
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