sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Pacote de luxo comemora os 40 anos de 'Creatures of The Night', do Kiss

Para muitos era a primeira vez que se ouvia falar em Kiss, e significou um prelúdio para que o quarteto mascarado americano visitasse o Brasil no ano seguinte, o que foi um acontecimento histórico para quem gostava de rock por aqui.

A banda comemorava dez anos de existência e começava a encarar uma espécie de decadência artística que duraria outros dez anos, mas aquele disco marcaria ma fase de idolatria fora dos circuitos tradicionais mundiais do rock.

Há que dia que "Creatures of the Night" e o enorme sucesso do hit pesado "I Love It Loud" no Brasil sacramentaram a primeira vinda do quarteto ao Brasil em 1983 para shows em São Paulo e no Rio de Janeiro. Na esteira da turnê, vieram toda a site de boatos que acompanhava o metal da pepoca - de satanismo a sacrifício de animais no palco.

Para celebrar esse álbum importante da história do Kiss, a banda resolveu editar e lançar uma edição comemorativa de 40 anos com uma caixa saborosa com cinco CDs e um Blu-Ray, além de material de apoio com livreto e outros mimos.

O álbum original recebeu novo tratamento de masterização e mixagem, melhorando o que já era bom. Os CDs 2 e 3 estão coalhados de material demo e algumas raridades, como versões de músicas antigas, muitas incompletas, Os CDs 4 e 5 trazem shows ao vivo da turnê americana de 1982 e 1983, em gravações raras e com canções poucas vezes executadas ao vivo.

Em relação ao álbum original, além do grande hit "I Love It Loud", que virou sinônimo de heavy metal para o público brasileiro na época, "Creatures of the Night" tinha também o baladão "I Still Love You", outro hit estouradaço por aqui, e a energética hard'n'heavy "War Machine". A faixa- título também é muito boa.

O disco foi um alento para a banda, que vivia uma série de crises internas e externas por conta de fracassos comerciais recentes. Depois que houve o lançamento dos quatro discos solo dos integrantes em 1978, as coisas não andaram bem.

Os flertes com o pop e a disco music em "Dynasty", de 1979, e "Unmasked", de 1980, desagradaram os fãs mais fiéis e roqueiros. "Music From the Elder", de 1981, uma ousada tentativa de fazer uma ópera-rock, afastou ainda mais o público antigo e não agregou novos fãs.

Em meio a tudo isso, a primeira baixa desde a fundação da banda como Kiss: o baterista Peter Criss foi demitido em 1980 - ele que tocou pouco nos álbuns anteriores. As justificativas variavam de acordo com as entrevistas - de abuso non álcool e drogas á incapacidade de evoluir e tocar coisas mais complicadas.

Neste turbilhão de problemas, Eric Carr, o novo baterista, fez o que pôde. Ele foi criticado em "Music from The Elder", mas seguiu em frente e suportou a cachoeira de maus comentários.

Insatisfeito com o andamento das coisas e escanteado pelos líderes, os vocalistas e compositores Gene Simmons (também baicista) e Paul Stanley (também guitarrista), Ace Frehley, um ás da guitarra e influência de muita gente, pouco apareceu nas sessões de gravação e seria demitido antes do lançamento do álbum.

Mesmo aparecendo na capa do LP e creditado ainda como músico da banda, Frehley quase nada fez e foi substituído temporariamente por Vinnie Vincent, que seria efetivado ainda em 1983. 

As críticas foram positivas, principalmente porque a banda voltava ao rock pesado e se mostrava antenada com o que que se fazia na época no heavy metal. 

O álbum vendeu bem, mas não horrors, mas recolocou o Kiss nos trilhos. é importante também porque foi o último antes de os quatro integrantes abandonares as máscaras, maquiagens e fantasias. E os shows no Brasil foram os últimos em que as usaram ao vivo.

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