"The Miracle" deveria ser o retorno triunfal do Queen aos estúdios e, consequentemente, aos palcos depois de anos de silêncio. No entanto, os integrantes já sabiam que o disco era o começo do fim, pois foi naquele período, entre 1988 e 1989, que a saúde do vocalista Freddie Mercury começou a piorar em decorrência da Aids, descoberta por volta de 1985. E infelizmente a obra deixa esse clima transparecer.
Apesar do contexto pesado, é uma obra densa e de qualidade, que é cultuada or muitos fãs e apreciadores de rock. Por conta disso, os remanescentes do Queen autorizaram o lançamento de uma edição especial do disco com bônus e material quase inédito e diferente. É mais um tributo ao cantor da banda, morto em novembro de 1991.
A nova edição contém um CD que se chama "The Miracle Sessions" com mais de uma hora de gravações de estúdio nunca antes divulgadas, incluindo seis músicas inéditas - além de um áudio íntimo da banda trabalhando (e tocando) no estúdio.
"The Miracle: Collector's Edition" é composto por quatro CDs, livreto e alguns brindes e já disponível em plataformas digitais de venda. Edições físicas da caixa, por enquanto, só nos Estados Unidos e na Inglaterra.
O disco, lançado em 1989, foi um sucesso global, alcançando o primeiro lugar no Reino Unido e em vários mercados europeus importantes, até mesmo restabelecendo a banda nos Estados Unidos, onde ganhou o disco de ouro (ais de 500 mil unidades vendidas). Brian May costuma citar a faixa-título como sua música favorita do Queen de todos os tempos.
Ninguém sabia ou imaginava , mas a banda faria em 1986 os últimos shows com Mercury - sendo dois essenciais, em Londres e em Budapest, a Hungria, que viraram álbuns ao vivo e vídeos oficiais. A última apresentação seria em 9 de agosto daquele ano, no encerramento do famoso Knebworth Festival, diante de 160 mil pesosas.
Foram meses de férias até que o queen retomasse as atividades, mas co m alguns sinais da doença começando a se manifestar. As sessões estúdio começaram em dezembro de 1987 e se estenderam até março de 1989.
Pela primeira vez, o Queen dividiria os créditos de composição igualmente, independentemente de quem concebeu cada música . Os meses no estúdio geraram mais de 30 canções, mais do que o Queen poderia precisar para um álbum.
Dez faixas foram selecionadas para formar o lançamento, com outras aparecendo posteriormente como lados B ou faixas solo, ou transportadas para os álbuns "Innuendo" (1991, o último d Mercury em vida) e "Made in Heaven" (1995).
No material de divulgação, e também no livreto que acompanha a caixa, o guitarrista Brian May disse que eles tinham "todos esses pedaços de faixas, e algumas delas estavam pela metade, outras eram apenas uma ideia, e algumas delas estavam quase prontas, e meio que aconteceu por conta própria.
"Existem algumas faixas que você sempre quer sair e continue, e então eles terminam, e há algumas faixas que você pensa, 'Oh, isso é ótimo, mas eu realmente não sei o que fazer com isso neste momento', então elas naturalmente são deixadas de lado", comentou o músico.
A maioria dessas faixas de sessões que sobraram permaneceram intocadas nos arquivos do Queen nos últimos 33 anos. O CD "The Miracle Sessions" tem tomadas originais, demos e material bruto do álbum completo, além de seis faixas adicionais nunca antes ouvidas, incluindo duas com Brian em vocais.
Outra novidade para o box set é a reintegração de "Too Much Love Will Kill You". The Miracle foi originalmente planejado para ser um álbum de 11 faixas, mas essa faixa foi removida no último minuto devido a problemas de publicação não resolvidos.
Mais tarde, a versão original do Queen surgiria em "Made in Heaven" em 1995, apresentando o vocal principal de Freddie. Enquanto a versão em CD do álbum permanece fiel à ordem familiar de dez canções, o disco de vinil nesta edição de colecionador marca a primeira vez que "Too Much Love Will Kill You" foi apresentado como parte do álbum.
"The Miracle Collector's Edition" está repleto de raridades, outtakes, instrumentais, entrevistas e vídeos, incluindo a última entrevista que o baixista John Deacon deu, do set do vídeo para o single "Breakthru'".
Há também um luxuoso livro de capa dura de 76 páginas com fotografias inéditas, cartas originais manuscritas do fã-clube da banda, resenhas da imprensa da época e extensas notas de encarte, com lembranças de Freddie, John, Roger e Brian sobre tanto a produção do álbum quanto alguns de seus vídeos mais icônicos.
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