quarta-feira, 23 de novembro de 2022

Michael Schenker se diverte no CD 'Universal'

 


- De bem com a vida e mais produtivo do que nunca, o guitarrista alemão Michael Schenker curte a melhor fase da carreira já sexagenário e longe das polêmicas e tretas, embora ainda troque farpas com o irmão mis velho, Rudolph, guitarrista e líder do colosso Scorpions.

A fase é tão boa que ele se dá ao luxo de tocar simultaneamente três projetos: Michael Schenker Fest, Michael Schenker's Temple of Rock e Michael Schenker Group, que teoricamente deveria produzir material diferente dentro hard rock em termos estilísticos, ma que na prática é quase tudo a mesma coisa.

"Universal" é o álbum de 2022 do Michael Schenker Group e traz o guitarrista revigorado e com vontade de tocar, embora o material não traga nenhuma novidade.

Ele bebeu bastante nas novas composições em canções de seu início de carreira solo, a partir de 1980 - tinha saído no ano anterior do UFO e teve passagem relâmpago pelos Scorpions, banda da qual saiu em 1972, aos 18 anos, para substituir o demitido Bernie Marsden no UFO.

Se na encarnação "Fest" ele chama todos os ex-vocalistas do Michael Schenker Group para uma celebração no palco e no estúdio - Graham Bonnet, Dougie White e Gary Barden -, na banda principal ele tenta dar um caráter mais reto e olhando para a frente, buscando novos horizontes, e sempre contando com a ajuda de amigos poderosos.

Um deles é o baterista americano Simon Phillips, que já tocou com The Who e Judas priest, entre muitos e muitos artistas de primeiro time. Sua elegância e inteligência então em duas músicas interessantes - "Emergency" e "Sad Is the Song", que são hard rocks simples e diretos, mas com solos poderosos de guitarra. 

Dois amigos não tão recentes e compatriotas dão um peso artístico enorme em relação aos vocais. Michael Kiske, do Helloween, arrebenta tudo na excelente "A King Has Gone", provavelmente a melhor do álbum. É uma canção cadenciada, perfeita para a voz gigante de Kiske. Há mais convidados ilustres na música - o veterano baterista Bobby Rondinelli (-exBlack Sabbath e muitas outras bandas), o baixista Bob Daisley (ex-Ozzy Osboune) e o tecladista Tony Carey (ex-Rainbow).

Ralf Scheepers (Primal Fear e ex-Gamma Ray), aquele que quase entrou para o Judas Priest, abrilhanta a mediana "Wrecking Ball", que ficou rápida demais e poderia estar em discos de sua banda. O riff é cativante, mas faltou alguma coisa para torná-la memorável.

O novo amigo da vez é o cantor chileno Ronnie Romero, descoberto por Ritchie Blackmore (ex-Deep Purple) para a última encarnação do Rainbow, em 2016.

Depois de mais uma pausa longa do Rainbow, Romero passou a ser requisitado por inúmeros artistas e comparece em "Universal" em sete das treze músicas, sendo que faz um ótimo trabalho em "Emergency" e "Sad Is the Song". 

"Under Attack" e "Yesterday Is Dead" são outras boas canções em que o cantor confere a força necessária para torná-las hard rocks interessantes. "Universal" não traz nada de novo e talvez nem seja tão expressivo na pesada discografia de Michael Schenker, mas reforça algo que é evidente desde 2010: o alemão, agora domado e sóbrio, continua relevante dentro do rock pesado.

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