quinta-feira, 12 de outubro de 2023

Em mais um vexame internacional, Maranhão Open Air é cancelado



O efeito dominó veio rápido e o sonho de reconstrução virou pesadelo de novo. O Maranhão Open Air, festival de heavy metal marcado para este mês em São Luís (MA), está cancelado. Nas redes sociais, os produrores afirmaram que as vendas baixas antecipadas de ingressos inviabilizaram o evento.

O evento foi colocado em xeque depois que os organizadores anunciaram mudanças em setembro: em vez de três dias e 30 atrações, seriam apenas 16 bandas amontoadas em apenas um dia de shows. Já dava para perceber que tinha coisa muito errada.

Quando o baterista norte-americano Vinny Appice (ex-Dio e Black Sabbath) anunciou na tarde desta quarta-feira (11) que não tocaria mais em São Luís e Teresina (PI) por conta de descumprimento de contrato pelo contratante - falta de pagamento de parte do cachê e o não envio de passagens áereas -, o castelo de cartas desmoronou e o cancelamento de todo o evento foi anunciado.

No comunicado nas redes sociais, a empresa organizadora garante que vai desvolver o valor dos ingressos vendidos em 30 dias.

Não bastasse os problemas logísticos evidentes para se realizar um festival de rock megalomaníaco em uma capital fora do circuito, sem tradição de rock e dificil de chegar, há a questão da (falta) de credibilidade em razão dos eventos graves de 2012.

Os responsáveis pelo Maranhão Open Air são os mesmos do fracassado Metal Open Air, realizado de forma capenga 11 anos atrás em São Luís deixando um rastro de dividas e ações judiciais em todo o país.

Sem respaldo financeiro e agindo de forma magalomaníaca, aquele que deveria ser o maior festival de metal das Américas não ofereceu o mínimo para os artistas e espectadores. As desistências foram ocorrendo diariamente nos 30 dias anteriores ao evento.

Das 40 atrações programadas, somente dez tiveram coragem de subir ao palco improvisado e perigoso, entre elas Megadeth e Korzus, que tocaram para menos de 5 mil pessoas - chegou-se a falar em receber mais de 150 mil espectadores nos três dias do festival. Até hoje correm processos judiciais de indenização a prestadores de serviço, espectadres e bandas lesadas.

De forma tímida, o Maranhão Open Air voltou no ano passado em dimensões muito menores e mais humildes, como uma forma de testar o mercado. Por mais que o "retorno" causasse indignação nas vítimas do fracasso de 2012, o evento transcorreu sem grandes incidentes.

Foi o suficiente para que os organizadores repetissem os mesmos erros de 2012: megaloania e falta de capacidade financeira, amadorismo, incompetência e um pouco de conduta questionável, pois não houve aprendizado com os erros de 11 anos atrás.

Vamos ao menos louvar que o cancelamento tenha ocorrido com antecedência, evitando que muita gente fosse lesada de novo, em todos os sentidos. A questão agora é cobrar a devolução do dinheiro de quem tinha pago antecipadamente para ver os shows.

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