A música de Ray Charles com um molho brasileiro é o mais recente projeto do pianista e tecladista paulistano Adriano Grineberg, músico conhecido por fundir o blues com ritmos africanos e com a música oriental.
Com uma banda afiadíssima, ele desfilou uma série de clássicos na casa noturna Blue Note, em São Paulo, no final de junho, em sessão lotada que esquentou as turbinas para uma série de shows pelo país.
Grineberg nunca escondeu a paixão por Ray Charles mesmo quando se dedicava ao blues mais tradicional, como em seu primeiro registro solo, "Key Blues", de 2010. Está lá o registro de "I Feel Bad", presente no repertório atual de seu show em versão mais explosiva.
Músico versátil e criativo, comanda um espetáculo qu não deixa ninguém indiferente. A versão dramática de "George on My Mind", que abre o show, é cheia de arranjos diferentes e alguns floreios ao piano, e apenas engana com seu jeito épico para a festa que se segue.
"Unchain My Heart", clássico também na voz de Joe Cocker, é o maior exemplo, colocando todo mundo para cantar, assim como "Hit the Road, Jack", que transformou os apertadíssimos corredores da casa paulistana em pista de dança.
A agitada festa continuou com uma homenagem a outro grande pianista de todos os tempos, Jerry Lee Lewis, com "Whole Lotta Skakin1 Goin' On", qu foi seguida por uma série de hits gigantes: "I Can't Stop Lovin' You", "Baby Please Don't Go", "I Don't Need No Doctor", tudo em versões estendidas e com o uso de instrumentos insólitos africanos e uma escaleta bem esperta.
Com uma banda de nomes importantes da cena blueseira - Edu Gomes (guitarra), Humberto Ziegler (bateria), Fabá Jimenez (violão) e Caio Góis (baixo), com as eventuais participações de Hugo Hori (saxofone) e Caio Gomes (bateria), Adriano Grineberg apresenta um show ótimo, com vitalidade e fluência ao emprestar certa originalidade a clássicos d um dos maiores astros da música.
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