Uma semana triste para a cultura nacional. Foram várias as perdas, que foram de locais icônicos a figuras expressivas do jornalismo musical e da televisão.
O aparente desaparecimento definitivo da Livraria Cultura do Conjunto Nacional, na avenida Paulista, em São Paulo, era esperado por causa da falência da empresa, mas foi dolorido demais ver a sua confirmação, com o imenso espaço vazio, sem prateleiras, sem livros, sem vida.
Muita gente sem alma e sem apreço pela cultura afirmou que não sentia nada simplesmente por se tratar de uma empresa privada, e não um espaço público, dando a entender que não tinha o valor que davam a ele e que poderia ser plenamente substituído.
É uma visão tosca, pore e reducionista, que menospreza a importância que aquela unidade da Livraria Cultura ganhou por se tratar de um espaço multicultural, reunindo tendências e diversas manifestações artísticas.
Era um lugar de alto astral, que transbordava conhecimento. Ao simplesmente entrar naquele imenso ambiente cheio de livros o humor melhorava, e o dia se tornava mais suportável. É uma imensa perda para a cultura nacional.
Na zona oeste da mesma metrópole, some de vez o Bar do Alemão, reduto boêmio da cidade e indissociável da música e do futebol. Após mais de 60 anos de existência, troca novamente de dono e, finalmente de nome e estilo.
O diminuto e marcante bar de estilo germânico na avenida Antártica, próximo ao estádio do Palmeiras e do shopping West Plaza, desde sempre era um ponto de parada de músicos paulistanos e de outros lugares em passagem pea metrópole.
Suas rodas de samba e música instrumental eram famosas no país, e ganhou ainda mais destaque depois ue um músico, o violonista e compositor Eduardo Gudin, se tornou o proprietário.
os percalços administrativos e financeiros nunca atrapalharam as rodas de choro encabeçadas por nomes estrelados da MPB e do jornalismo, como Luís Nassif, conhecido na área de economia.
Depois que o jornal O Estado de S. Paulo se mudou para a Marginal do Tietê, no bairro do Limão, o Bar do Alemão e tornou parada obrigatória da intelectualidade da cidade.
O fim do Alemão encerra um capítulo gigante da história da cultura e do entretenimento de São Paulo, em cujas mesas tocaram gente como Paulo Vanzolini, Beth Carvalho, Hamilton de Hollanda e mais um número incalculável de estrelas da música brasileira.
E é a música brasileira que ficou mais pobre com a morte da jornalista e pesquisadora Maria Luíza Kfouri, aos 69 anos, em decorrência de um câncer.
Irmã do jornalista esportivo Juca Kfouri, ela se tornou referência os estudos a respeito da MPB em todos os seus arcos. Catalogou 7,6 mil obras, com 2,49 mil intérpretes e mais de 57 mil canções., em um trabalho maravilhoso e importantíssimo.
Também no jornalismo cultural, registramos a morte de Maria José Sarno, que teve passagem longa pela TV Globo e participação efetiva na formação de diversos jornalistas renomados da TV e de outros veículos de comunicação. Ela tinha 63 anos e tratava havia anos de um câncer.
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