Durante muito tempo os fãs de r?ock em geral perguntavam: qual é o Pink Floyd que predomina? O psicodélico com os vocais de Syd Barrett? O progressivo e soturno comas canções cantadas por Roger Waters? As etéreas vocalizadas por David Gilmour? Ou as melancólicas e reflexivas com a voz do tecladista Rick Wright.
Não foram muitas as músicas da banda cantadas pelo tecladista, mas uma é emblemática: "Summer 68", até hoje uma das mais pedidas da banda em emissoras de rock clássico.
A canção pe a obra-prima da carreira musical do tecladista mais subestimado do rock, que estaria fazendo 80 anos no final de julho - ele morreu de câncer aos 65 anos, em 2008.
Para marcar a ocasião, o seu melhor álbum solo, "Wet dreams", de 1978, foi relançado sem grandes novidades, capitaneado pelos filhos do músico, Gala e Jamie.
É um isco bem razoável, que tenta se equilibrar entre o pop e rock progressivo, mas que sinalizava o descompasso do tecladista com o restante da banda - ele seria demitido em 1979, em plena gravação de "The Wall", um dos clássicos do Pink Floyd.
Instrumentista celebrado ao nível de seus concorrentes - e amigos - Rick Wakeman (Yes), Keith Emerson (Emerson, Lake & Palmer), Gary Brooker (Procol Haru) e Jon Lord (Deep Purple), estudou música erudita, as sempre foi um amante do jazz.
Ao lado do baixista Roger Waters e do baterista Nick Mason, montou o embrião do Floyd em 1964, banda que teve vários nomes, integrantes temporários e vocalistas, entre eles a então namorada, Juliette Gale, com quem foi casado entre 1964 e 1982.
Com a chegada de Syd Barrett e seu psicodelismo radical, os teclados de Wright se tornaram uma cama sonora impressionante para as digressões do grupo e de seu genial guitarrista. É só observar a importância dos teclados no primeiro álbum do Pink Floyd, "The Piper at Gates of Dawn", de 1967.
Ironicamente, a importância dos teclados aumentaram com a saída de Barrett, em 1968, e Wright passou ser o arranjador da banda e um dos compositores, com o auge ocorrendo em "Summer 68".
A partir do disco 'Wish You Were Here", de 1974, Wright começou a perder espaço, ainda que tenha contribuído em "Aminals", de 1977.
No entanto, foi vitima das tensões entre todos os integrantes e, surpreendentemente, foi demitido nas gravações de "The Wall". Ele já vinha se desentendendo com Waters, pois supostamente não conseguia executar as músicas criadas pelo baixista. E não teve o apoio de Gilmour e do baterista Nick Mason. "Ele não estava fazendo o que era pago fazer", declarou o guitarrista à época.
O problema é que ninguém mais conseguia executar as músicas e arranjos que estavam na cabeça do baixista genioso e irascível. Wright foi chamado de volta, a contragosto, no final das gravações, mas como músico contratado. Foi nessa condição que foi creditado e, depois, integrado aos poucos shows da turn~e do disco.
Excluído do disco "The Final Cut", o último da banda com Waters, fez alguns trabalhos solo e integrou projetos sem grande repercussão até ser resgatado pelo Pink Floyd em 1987, depois do acordo judicial que selou a saída definitiva do baixista. No entanto, jamais recuperou o status de membro oficial, estando sempre como músico contratado.
David Gilmour, que passou a ser o chefão da banda, remediou esse problema a partir de 1995, com a parada definitiva da banda: sempre que pôde, escalou Wright em suas turnês solo até sua morte.
O último grande momento de Rick Wright foi a reunião da formação clássica do Pink Floyd em 2005, em Londres, por conta da série de shows de protesto contra os líderes dos oito países mais ricos do mundo reunidos na ocasião em Gçasgow, na Escócia.
Conhecido como "Live 8", em alusão ao "Live Aid", de 20 anos antes, reuniu artistas do mundo todo em várias cidades do mundo, em shows simultâneos. O Pink Floyd tocou quatro músicas, apesar da manifesta hostilidade entre Waters e Gilmour e a inimizade pública entre Wright e Waters.
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