quinta-feira, 20 de julho de 2023

Lançamentos selecionados: Torture Squad, Montanha, Overdose Nuclear, Warshipper...

É o ano da faca nos dentes, segundo um empolgado guitarrista de heavy metal paulistano. Será em 2023 que todos os demônios voltarão a dominar o planeta e consolidarão a retomada definitiva do rock como força criativa.

Desde que a pandemia de ovid-19 começou a arrefecer, no final de 2021, a quantidade de material de alta qualidade no rock internacional aumenta, assim como a sua quantidade, para desespero daqueles que alardeiam que o rock morreu.

O mês de julho reservou uma série de boas surpresas aqui no Brasil e as bandas de todos os estilos demonstram que aproveitaram da melhor maneira possível o período de isolamento forçado.

Os paulistanos do Torture Squad, cheios de projetos, lançaram um ótimo disco ao vivo no ano passado e preparam o terreno para o próximo disco de estúdio, a ser lançado ainda neste ano.

Uma amostra do poder de fogo uma canção  foi o bônus do disco ao vivo, a inédita "The Fallen Ones", uma música violenta e soturna, apostando no horror como tema central, indicando que "Devilish", o próximo trabalho virá muito pesado.

O primeiro single, "Mabus", comprova as expectativas. Provavelmente é uma das músicas mais impactantes que o grupo já produziu, com a vocalista Mayara Puertas atingindo a excelência de suas performances em quase 15 anos de carreira o metal extremo.

"Devilish" será lançado dentro da parceria com a gravadora italiana Time To Kill e será lançado em 22 de setembro de 2023. O lyric video de "Mabus" foi feito por Wanderley Perna (baixista do Genocídio). e a faixa foi gravada e mixada por Diego Rocha no Bay Area Estúdios.

O toque internacional ficou por conta da masterização, a cargo do espanhol Martin Furia, guitarrista do Destruction, da Alemanha, e famoso por trabalhar com as bandas brasileiras The Damnnation, Invisible Control e Eskrota. 

"A letra foi inspirada na previsão do profeta Nostradamus sobre a chegada de 'Mabus', o terceiro anticristo. É uma música rápida, poderosa e agressiva", diz a banda no material promocional. Veja em https://www.youtube.com/watch?v=Eo68R3bDZm0

Quem voltou com tudo após um período de silêncio foi a banda Montanha, de Santo André )SP). O quarteto prepara o lançamento do álbum "Além do Tempo", e divulgou o single "Observadores".

O hard rock dos dois primeiros discos, caindo para o stoner, se transformou em um vigoroso hard'n'heavy, mas mantendo a veia stoner. Pesadíssima, a canção é claustrofóbica, sufocante, bebendo diretamente nos primeiros discos do Black Sabbath. 

Gravado também no Bay Area Estúdios, em São Paulo, o novo trabalho do quarteto andreense contará com oito composições inéditas. A produção é assinada pelo grupo ao lado de Diego Rocha, nome que está despontando no cenário nacional e que já trabalhou com Torture Squad, Anthares, Ratos de Porão, Andreas Kisser, entre outros.

"Observadores" é o primeiro registro com os novos integrantes - Jimi Gantinis (voz e baixo, filho do guitarrista e fundador Jean Gantinis) e Bruno Turbilhão (bateria). O grupo conta também com Vinícius Castelli (guitarras). 

Castelli conta que "Além do Tempo" é um disco que, sem querer, acabou sendo conceitual. "As músicas se completam de uma forma muito interessante e convidam o ouvinte a ter um olhar mais profundo sobre as situações da vida”, explica Vinícius.

Jimi explica que "Observadores" foi escolhida para ser o primeiro single do disco por ser uma das músicas mais poderosas do novo trabalho. 

"Ela conta com riffs muito pesados e tem uma força incrível. A música narra a chegada de seres especiais do Universo ao nosso planeta com uma missão muito importante. A letra faz alusão para diversas situações e é o início de uma grande batalha chamada vida", diz o vocalista.

Banda de rock que aposta no trabalho autoral cantado em português, o Montanha teve seu primeiro trabalho, "Underground", lançado em vinil, em 1992. O segundo título, batizado de "Montanha", foi lançado em 2004. 

Em março de 2010 o grupo apresentou o terceiro trabalho, "Luz Solar Decifra".  Em 2014, para celebrar os 25 anos da banda, o grupo lançou a coletânea "Montanhologia". 

De Ubatuba (SP), no litoral norte paulista, reaparece o o Overdose Nuclear, que despontou há alguns anos como um nome promissor do thrash metal nacional. Seu mais recente trabalho é "Metal do Mangue", recém-lançado.

Composto de nove faixas, a banda mantém a pegada thrash misturada com um hardcore furioso, embora tenha feito um bom trabalho, e diferente, na versão para "Cowboy Fora da Lei", de Raul Seixas.

A faixa-título é um tiro de canhão, violenta e furiosa, uma declaração de intenções forte e demolidora. Como o bom thrash deve ser, transborda atitude e protesto. 
 
Julio Candinho (vocal), Marcus Goulart (guitarra), Gustavo Albado (baixo) e Rodrigo Kusayama (bateria) não medem esforços para criar músicas de qualidade com muito peso e agressividade.

Outros destaques do álbum são a violenta "Devorar e Destruir", a politizada e ecológica "Poluição Nefasta" e a autoexplicativa "Messias Genocida", com todas as baterias voltadas para os políticos de viés fascista.

Desde a sua formação, como a banda explica em seu material de divulgação, tem se dedicado a promover a conscientização sobre os problemas ambientais e a incentivar ações positivas em relação ao meio ambiente.

Sobre isso, o vocalista Julio Candinho comentou em declaração recente: “Nesse segundo álbum buscamos trazer a narrativa para perto da nossa realidade. 'Metal do Mangue' é uma antologia que mistura nossa realidade com a pura força do Metal, focada na crítica social/ambiental/política."

A gravação, captação, mixagem e masterização levam a assinatura de Hugo Silva, do estúdio Family Mob. A capa álbum é uma obra do artista gráfico Marcelo Dod, que já havia criado artes de singles recentes. 

 Há duas participações especiais: Mayara Puertas, do Torture Squad, canta em "O Julgamento", além de trabalhar com o vocalista Julio Candinho na pré-produção dos vocais do álbum e atuando como sua professora de técnicas vocais. Em "Messias Genocida", a banda contou com a participação de Jairo Vaz Neto, vocalista da banda Chaos Synopsis.

 De Sorocaba (SP) vem a locomotiva Warshipper, que já tinha se destacado ao lançar o álbum "Barren..." em 2021. lança um álbum ainda melhor, "Essential Morphine", oito músicas que mostram um death metal refinado e técnico. É o quarto disco da banda em dez anos de carreira.

"Temos sido bem-sucedidos ao atingir uma sonoridade extrema de infinitas potencialidades, onde o brutal e a sensibilidade versam juntos", diz o vocalista e guitarrista Renan Roveran, que confirma que a busca de uma sofisticação nas composições chega a er uma obsessão da banda.

Além de Roveran formam o grupo Rodolfo Nekathor (baixo e vocal), Rafael Oliveira (guitarra) e Theo Queiroz (bateria). "Essential Morphine" foi gravado no Casanegra Studio em São Paulo, com mixagem e masterização de Rafael Augusto Lopes e produção do próprio Warshipper. O álbum foi lançado em CD Digipack especial com pôster encartado pela gravadora Heavy Metal Rock.

A lista de músicas tem "Religious Metastasis", "Migrating Through Personality Spectra", "Perfect Pattern Watcher", "Morphine", "The Night of the Unholy Archangel", "The Twin of Icon", "Magnificent Insignificance" e "Guilt Trip" (bônus).

"The Night Of The Unholy Archangel"e "The Twin Of Icon", que também foram lançadas como single, são, respectivamente, regravações do Zoltar e Bywar, bandas anteriores de Rodolfo Nekathor e Renan Roveran. 

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