quarta-feira, 26 de julho de 2023

A estreia do Queen em LP, há 50 anos, mostrava um vulcão prestes a explodir

 No princípio era apenas mais uma banda de rock pesado que trilhava o caminho do Led Zeppelin. houve quem dissesse que não passava de Uriah Heep menos inspirado, mas aí as pessoas começaram a prestar a atenção no vocalista e no guitarrista. Foi então que a banda de pub esfumaçado começou a ser otada de outro modo, e o primeiro álbum comprovou que era uma banda diferente.

Há 50 anos o Queen lançava o seu primeiro disco e mostrava que era diferente, embora não em sua totalidade. Foi somente depois que lançou o terceiro, em 1974, o ótimo "Sheer Heart Attack", que ficou realmente famosa e começou a ser reconhecida.

Mas o cartão de visitas, que colocava o grupo em outro patamar naquele ano de 1973, era muito bom e ajudou a abrir muitas portas e enfatizar o que uma parte do público de Londres já sabia: Freddie Mercyry, o cantor, já se comportava como uma diva no palco e cantava divinamente; o guitarrista, Brian May, obteve um timbre único e próprio com seu instrumento construído por ele e seu pai; john Deacon, o baixista, era um compositor inspirado. o bateria, Roger Taylor, um prodígio do instrumento e bastante versátil, além de cantar bem.

A primeira demo, gravada no De Lane Lea Studiosom "Keep Yourself Alive" e "Jesus", foi enviada a diversas gravadoras. A única proposta veio da pequena Charisma Records, que foi recusada por ser demasiado baixa e pelo fato de a banda duvidar da capacidade do selo em fazer uma divulgação adequada.

Quem viu algum potencial non Queen foi o dono do Trident Studios, Norman Sheffield, que virou o empresário, não cobrando pelo uso do estúdio - mas a banda só poderia gravar quando o estúdio estivesse livre, o que a obrigou a trabalhar em horários alternativos, como a madrugada..

Ok, tudo isso não foi percebido ao mesmo tempo no lançamento do trabalho, mas deu estofo para que o Queen conseguisse oportunidades melhores e pulasse na frente de diversos concorrentes de algum peso, como o Mott the Hoople, que patinava mesmo apadrinhado por David Bowie, então astro em ascensão.

"Queen", a estreia, tinha um som cru e ríspido, algo que May criticaria depois em várias entrevistas - para, a produção "sufocou" o som poderoso da banda, e não representava exatamente como ela soava ao vivo.

Entretanto, era o primeiro objetivo atingido depois de três anos de batalha em palcos menores e bares, insistindo em ocar suas próprias músicas e fazendo um incipiente hard rock que ora se parecia com o Led Zeppelin, ora com Deep Purple. 

Uma coisa ficava evidente nestes pubs da vida: Mercury era um showman, um vocalista teatral e de excelentes recursos cênicos, além de cantar muito bem. Quando entrou no estúdio, estava lapidado, embora um pouco mais contido do que o habitual. mais do que nunca, jogava para o time.

Observando 50 anos depois, Queen e um disco muito bom e impressionante por ser um trabalho de estreia de uma banda pouco comentada à época, ate mesmo desprezada. No conjunto, é coeso com boas canções. Se fosse lançado 10 ou 20 nos depois, será considerado um ótimo disco de estreia de uma banda.

Na época, curiosamente, não causou grande impacto, mesmo tendo recebido boas críticas de gente de peso na imprensa britânica. Também houve comentários depreciativos, que incomodaram, principalmente aqueles que teimavam em compará-los ao Led Zeppelin.

Em março de 73 o Queen assinou com a EMI Records, o que possibilitou que o disco saísse na Grã-Bretanha em 13 de julho daquele ano. Se não foi um estouro de vendas, serviu para colocar  Queen no mapa, ficando entre os 30 ami vendidos do Reino Unido e entre os 100 mais dos Estados Unidos em 1973.

"Keep Yourself Alive" é o grande hit e que figurou por anos no repertório da banda com seu riff poderoso e solos inspirado de May. O refrão pegajoso mostrou como a banda tinha potencial pop para escalar as paradas de sucesso.

Entre as joias perdidas estão "Son & Daughter", outra canção com refrão forte e que tem origem na relação meio conflituosa entre Mercury e seu pai, "Liar", outro hit em potencial que acabou obscurecido, e "modern Times Rock'n'Roll", de autoria de Taylor, um som dançante simples e acelerado. 

"Seven Seas of Rhye", de Mercury, curtinha e que encerra o álbum, é talvez a melhor do álbum - pesada, rápida e intensa, com um riff de piano maravilhoso que sustenta uma base pesada de guitarra.

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