São tempos que precisam de energia para seguir em frente, mas com suavidade e novas perspectivas. É assim que a banda Dr. Sin estabelece "Acústico" dentro de sua longa carreira de 30 anos no rock nacional.
O aguardado projeto que será lançado em CD e DVD neste ano teve um apresentação de gala em evento importante na zona sul de São Paulo no final de julho e promete inaugurar uma nova fase no trio de hard rock.
A pandemia de covid-19 interrompeu a divulgação do ótimo CD "Back Home Again", de 2019, mas ao menos propiciou o tempo necessário pra elaborar um projeto precioso e há muito tempo gestado.
"Dr. Sin Acústico" é um projeto diferente e vai além de um "requentamento" de uma ideia antiga e desgastada. Por mais esmero que a produção tenha requerido, o trio acertou no conceito básico: o som produzido era realmente "acústico", com os três somente no palco, desplugados, como auxílio luxuoso de uma orquestra de cordas e alguns convidados especiais.
"Nós nos sentimos revigorados e nos forçou a olhar novamente nosso cat´logo cm outro olhos", disse o baterista Ivan Busic. "Foi um trabalho árduo rearranjar o repertório, e creio que conseguimos oferecer algo diferente, ainda nada seja inédito."
Com um punhado de perolas transformadas, o Dr. Sin resgata um material que se mostrou perfeito para o novo formato em um momento em que outras bandas também apostam no acústico. E exatamente como ele tem de ser: somente os três tocando seus instrumento desplugados.
É o ponto alto da comemoração dos 30 anos de Dr. Sin, uma banda que sempre esteve no topo do rock nacional mais pesado, ao lado de Sepultura, Angra, Shaman, Krisiu e Korzus.
A beleza dos arranjos e a interpretação descontraída deram a suavidade necessária ao registro. É possível identificar o prazer de estar tocando ao vivo em cada nota e em cada batida, símbolos de uma resiliência típica do rock nacional, em baixa há muito tempo por estas terras.
"O prazer de fazer a música que gostamos e sentimos suplanta outras necessidades. Claro que o mundo é outro, e as pessoas consomem música de outra forma, mas a essência básica conseguimos preservar, e isso tem sido fundamental para atingir novos públicos", afirma o baixista e vocalista Andria Busic.
Ele não despreza o desafio de uma banda classic rock", como a dele, de tentar atingir um público mais jovem e que não vê o rock como o som de sua geração. No entanto, isso não significa ignorar as tendências de mercado, nem ideias novas em busca desse jovem da terceira década do século XXI.
"Temos enfrentando muitas dificuldades de mercado e sobrevivemos. É uma vitória e mostra que ainda temos relevância. Não há receita mágica para atrair os mais jovens, mas sempre contamos com a força da arte e da música que seguem vivas atravessando gerações. Os pais vão levar o legado para os filhos e netos", avalia o baixista.
Para o guitarrista Thiago Melo, que entrou na banda em 2016, "tudo ficou muito bonito, pois as melodias, apesar de complexas, ficaram muito elegantes no violão. Consegui manter tudo original e que soou muito bem no acústico. Foi muito legal ver ela com esses arranjos acústicos”.
A banda teve a participação de Marco Bavini (voz, violão, violão barítono, dobro e viola) protagonizando um quarto elemento na maioria das canções. O show foi gravado no Teatro J.Safra, em São Paulo, com uma produção extremamente elaborada.
Também participaram Eduardo Ardanuy, a lenda da guitarra e membro da formação original, o guitarrista Rafael Bittencourt, da banda Angra, e a pianista Juliana D’Agostini, além da orquestra de cordas do maestro Bartolomeu Vaz.
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