Marcelo Moreira
O desespero está batendo à porta de novo, e às vésperas da chamada terceira onda de contaminações da covid-19, que promete ser mais devastadora do que as outras.
Estamos chegando a 500 mil mortos, uma tragédia sem precedentes na história do Brasil e da humanidade, mas as flexibilizações das regras de isolamento social e de funcionamento do comércio sugerem que a pandemia já acabou.
A ocupação nas UTIs de hospitais no Brasil inteiro supera os 90%, mas isso paree não importar para galera que lota bares, restaurantes e festas clandestinas.
Dentro desse quadro irreal e absurdo, ressurgem as primeiras tentativa de shows com público presencial no Brasil, algo insano e totalmente irresponsável diante da calamidade do número diário de mortos por covid-19 e da falta de leitos em hospitais. Os estúpidos querem porque querem ir a um show de rock, mesmo que seja o último de suas vidas.
Por isso, não dá para comemorar a reabertura do Carioca Club, em São Paulo, para shows de rock em julho e agosto. Três atrações estão programadas para uma espécie de celebração do mês do rock - celebrar o quê?
Golpe de Estado e Malvada são as atrações do dia 15 de agosto. De acordo com o anúncio da atração, "show será com mesas, todos sentados, respeito ao distanciamento social, aferição de temperatura na entrada, álcool gel no local, uso de máscara e capacidade reduzida para apenas 20% da casa".
As duas bandas já tinham tentado realizar evento parecido no final do ano passado, com o Golpe ao menos fazendo um show acústico com público reduzido, em iniciativa igualmente arriscada.
Para surpresa de muitos, o cantor norte-americano Jeff Scott Soto, que tem dois brasileiros em sua banda de apoio, anuncia dois shows para os dias 14 e 16 de julho no Carioca Club. Provavelmente será o primeiro shows internacional no Brasil depois que a pandemia fechou quase tudo, a partir de março de 2020.
No Rio de Janeiro, quem divulga show é o trio Dr. Sin, no dia 4 de setembro, também prometendo rigor na observância dos protocolos sanitários e público reduzido.
São três iniciativas arriscadas e, dependendo do ponto de vista, irresponsáveis diante do quadro desolador da pandemia no Brasil. São 500 mil mortes em 16 meses de devastação. Por mais que o desespero e a impaciência sejam grandes, será que é hora de afrouxar os cuidados desta forma?
É extremamente desagradável ter de fazer esse tipo de análise e concluir que a última coisa de que precisamos neste momento é de shows de rock, jogos de futebol e qualquer tipo de aglomeração.
Nunca imaginamos ter de escrever isso um dia, mas é imperativo que redobremos os cuidados sanitários e que nos protejamos ainda mais às portas da terceira onda da contaminação por covid-19. Não é hora de ir a show de rock neste instante. É necessário mias cuidado e mais paciência.
Não se trata de boicote, até porque todos sabem como o Combate Rock incentiva a cena. Diante de nossa posição desde o começo da pandemia, recomendamos que as pessoas repensem a ideia de ir a show de rock agora e que os promotores dos shows já agendados também façam o mesmo, adiando-os para uma época mais segura. Nenhum desespero compensa o agravamento da pandemia e mais contaminações.
Sou doida pelo Jeff Scott Soto, já estava com ingresso para o show do Sons of Apollo que foi cancelado, mas nem a pau vou em algum destes shows em São Paulo
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