terça-feira, 29 de junho de 2021

Oligarquia e Suck This Punch traduzem em violência sonora este tempo de trevas

Marcelo Moreira


 

Tempos extremos requerem medidas extremas, por mais que as trevas dominem nossos dias e nossos cérebros. É o que fizeram duas bandas paulistas que fizeram de seus novos álbuns veículos para transmitir revolta e violência necessárias para que não nos percamos neste período difícil.

O Oligarquia mostrou extrema competência em seu heavy metal extremo. Neste tipo de som, competência significa extrema violência. "Monopoly of Violence", lançado pela Heavy Metal Rocks, é uma agradável surpresa que se coaduna com o período tenso de trevas em que vivemos.

Os temas do álbum são genéricos, mas é evidente que a inspiração vem do cotidiano do nosso infeliz país que se debate contra uma pandemia devastadora de um vírus mortal e um governo incapaz, ineficiente e incompetente em todas as áreas.

Não é só isso. Há uma evidente preocupação com os riscos que a democracia corre em vários locais, principalmente no Brasil. Não é coincidência que uma das músicas tenha o titulo de "Fascist Heart (Fascist Empire)", com suas guitarras trovejantes que emulam o fim do mundo.

"Imminent Revolution" segue na mesma toada, ms em tom mais épico, com guitarras na cara e mito bem timbradas. "Holy War" e "We Must Die" também fazer tremer as paredes, expondo todo o ódio e  fúria que um mundo em ruínas necessita. Como um bônus interessante, uma versão para "Nada É Como Parece", clássico da banda punk Lobotomia.

 

"The Evil On All Of Us" é o segundo dico da banda Suck This Punch, de Limeira (SP), e foi lançado pela Voice Music. O disco foi gravado no Nock Studio Alive, em sua cidade, com produção de Marcos Nock e financiado através do Edital de Apoio à Produção Cultural de Araras (Lei Aldir Blanc). 

O álbum reúne nove faixas, incluindo os dois singles já lançados: "Machines" e "You're The Best Gun (Against The System)", músicas pesadas e violentas, mas com um groove bem interessante e diferente.

De acordo com o vocalista Tadeu "Bon Scott", as composições de “The Evil On All Of Us” são contextualizadas a partir da ideia de mal em que o homem é tanto agente como vítima.

"Trata sobre o mal que está sob o homem e também sobre o mal que ele cria para si e para as outras pessoas", diz o músico. "Toda a angústia, mágoa, depressão, raiva e temores que são guardados e enterrados do qual acaba criando monstros, pessoas perdidas que acabam se tornando alienadas, escravas de um sistema que suga seu tempo e suas mentes, e as tornam cegas, sem direitos à pensar ou ter uma opinião sobre algo."

"Blind Man" é uma canção forte e icônica, já que resume bem o que a banda pretende: uma pancada violenta e sem concessões. As guitarras aqui foram bem sacadas, jogando entre os canais o peso e os solos. "Sons of War" e "Shout It Out" também são destaques, com boas letras e uma fúria necessária 

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