segunda-feira, 28 de junho de 2021

Helloween acerta ao buscar, em novo CD, inspiração no passado para ter um futuro

Marcelo Moreira




O melhor que pudemos fazer. Esse foi sentimento que os integrantes do Helloween passaram ao comentar o lançamento de "Helloween", o novo disco da banda alemã que caminha para os 40 anos de existência, só que agora como um septeto.

Havia o temor de que o retorno de dois integrantes da formação dos anos 80 transformasse a reunião em um mero encontro nostálgico para celebrar o passado honroso e vitorioso. 

A turnê que trouxe o guitarrista Kai Hansen e o vocalista Mchael Kiske de volta prometia isso e mais nada, mas eis que "Pumpkin United", a primeira música com os sete músicos, mostrou que eles queriam mais.

O álbum recém-lançado é um olhar para o futuro de uma banda que se acomodou nos louros do sucesso e depois tentou variar e ousara partir dos anos 90. Nem sempre teve bons resultados, mas não ficou parada. 

Assim como o Iron Maiden reintegrou com sucesso Bruce Dickinson e Adrian Smith em 1999, as voltas de Hansen e Kiske foram uma tacada de mestre e reacendeu o interesse pelo gigante alemão que parecia caminhar lentamente para a irrelevância.

Helloween como um septeto (FOTO: DIVULGAÇÃO)



"Helloween" é um disco bem interessante, cheio de vitalidade e de ideias novas na comparação com os mais recentes álbuns da banda. Acrescentou uma timbragem mais moderna nas guitarras e toques mais progressivos, como na excelente "Skyfall", uma composição do guitarrista e vocalista Kai Hansen.

"Best Time" é outra canção fulgurante, que resgata o que de melhor a banda fez nos anos 90 e 00, trabalhando mito bem os jogos e duetos vocais entre Kiske e Andi Deris. 

Nas recentes entrevistas dadas a canais brasileiros de YouTube (Régis Tadeu e Igor Miranda), Kiske e Deris demonstraram que o Helloween atual não comporta mais brigas de egos e ciumeiras, fatos que corroeram os relacionamentos nos anos 90. 

Os dois dizem estar confortáveis em dividir os vocais na maioria das músicas, e que o trio de guitarras com a chegada de Hansen tornou o som do Helloween mais poderoso. 

Sobre a exclusão do baterista Uli Kusch e do guitarrista Roland Grapow do atual momento da banda, Deris apenas afirmou que o projeto não comportava os dois ex-membros. 

Para sites estrangeiros, Deris comentou nesta semana que Grapow foi demitido do Helloween no começo dos anos 2000 por causa de questões financeiras - teria usado indevidamente dinheiro da banda e não comprovou os gastos.

"Fear of the Fallen" e "Indestructible" são outras canções que merecem destaque. Mostram uma vitalidade que há muito a banda não revelava  e traz arranjos de guitarras surpreendentes dentro do chamado power metal característico da banda. 

O Helloween tomou uma decisão bem madura ao se reagrupar, independentemente das motivações ou das disposições. Quem viu a banda ao vivo no  Rock in Rio 2019 como um septeto ficou bem impressionado com o que aconteceu e, ali, estava mais do que claro que a banda estava no caminho certo em busca da revitalização ao buscar estímulo no passado para voltar a brilhar.

 

 

 

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