Marcelo Moreira
As manifestações ainda são tímidas., mas aos poucos o rock começa a se posicionar de forma mais contundente a respeito do (des)governo do nefasto presidente da República de inspiração fascista.
E coube novamente aos Detonautas Roque Clube a pancada mais forte, desta vez mirando os roqueiros que apoiam o mundo podre de Jair Bolsonaro, um absurdo gigante e que não faz sentido, já que o rock significa o oposto de tudo aquilo que podre mundo bolsonarista significa.
A banda carioca está muito bem acompanhada pelos paulistas do Asfixia Social banda punk com largo histórico de ativismo social e pelos direitos humanos, além de ser um pilar na luta contra o antifascismo e pela democracia. As novas músicas das bandas são, respectivamente, "Roqueiro Reaça" e "Censura Não 2021".
Na sequência de três singles com ataques contundentes a Bolsonaro e seu mundo deformado e asqueroso, os Detonautas agora miram os tontos que defendem o fascismo e o negacionismo.
"Roqueiro Reaça" é uma canção que tenta levar para o bom humor uma crítica a fãs de rock que acreditam em papai noel e pedem intervenção militar, atentando contra a mesma democracia que os permite compor, gravar e lançar qualquer lixo que queiram vomitar, ainda que passem vergonha.
Ou seja, a canção explicita a babaquice que é apoiar o autoritarismo e a extinção de adversários políticos - o mesmo autoritarismo que vai se voltar contra o próprio imbecil que clama por uma ditadura militar violenta e assassina de direita, do tipo que empesteou esse país por 21 anos a partir de 1964.
"Entendemos que não precisa ser de esquerda pra ser roqueiro, mas o rock é um estilo transgressor e não combina com autoritarismo e fundamentalismo," diz Tico Santa Cruz, vocalista da banda ao comentar a nova música no site Tenho Mais Discos do Que Amigos.A canção não tem o mesmo impacto e a criatividade dos singles anteriores, mas agrada por colocar as guitarras à frente e basear sua estrutura melódica bem básica em um estilo à la Ramones. É um punk rock bem acelerado e não tão pesado, mas bem apropriado à mensagem.
Os furiosos punks do Asfixia Social preferiram ser um pouco mas genéricos ao se lançar mais uma vez contra os atentados à democracia promovidos por grupos de extrema-direita que representam o que há de mais nojento em uma sociedade.
"Censura Não 2021", baseada em canção de mesmo nome lançada em 2011, é um recado forte tendo como base o noticiário televisivo e de jornais impressos sobre a série de barbaridades cometidas pelo (des)governo de inspiração fascista, que depreda o meio e direitos humanos enquanto promove atentados às instituições e à democracia.
O clipe é simples, mas tem uma edição ágil e destaca a tragédia das mortes na pandemia da covid-19 e a falta de vacinas naquilo que está sendo considerado uma sabotagem deliberada do governo Bolsonaro.
Segundo o vocalista Kaneda, a ideia de regravá-la surgiu em 2019 durante a turnê europeia Where's democracy? Not in Brazil". "Quando denunciamos o retrocesso político e cultural do Brasil ficou claro que Censura Não havia se tornado ainda mais atual. A evolução da sonoridade da banda também ficou mais intensa e pesada nesses 10 anos, e isso foi fundamental para revisitarmos a canção."
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