O surgimento do KK's Priest decepciona: não precisamos de um novo Judas Priest

Marcelo Moreira

A expectativa era grande, já que ele foi um dos guitarristas mais expressivos da história do heavy metal - dá até para dizer que ele criou o heavy metal moderno ao lado do parceiro guitarrista, Glenn Tipton. E o que o guitarrista K.K. Downing, agora fora do Judas Priest, apresenta? 

Uma banda igualzinha ao Judas Priest, com uma música que é cópia total do que a ex-banda sempre fez. Decepcionante? Sem dúvida, já que parece que estamos ouvindo algo de "Firepower" ou "Jugulator", do Judas - até o cantor da banda é um ex-integrante da banda, Tim "Ripper" Owens, que esteve com o quinteto entre 1996 e 2003. E o nome da nova banda de Downing? KK's Priest. 

O primeiro single foi lançado e chama-se "Hellfire Thunderbolt", uma canção poderosa e que reúne todos os clichês oitentistas, feito na medida pra agradar metaleiros cinquentões e que não abandonam por nada os clássicos do subgênero. 

Frustrante para quem esperava algo grandioso, mas que apontasse para o futuro. Para muitos, não chega a ser surpreendente que o som seja um decalque de sua ex-banda, a julgar por suas recentes entrevistas à imprensa brasileira e pelo que está na sua autobiografia recém-lançada. 

Downing, que saiu de forma turbulenta do Judas há seis anos, considera-se a verdadeira alma da ex-banda, uma espécie de guardião do sarado som metálico e pesado do quinteto de Birmingham. 

Seria o KK's Priest o Greta Van Fleet (que copia descaradamente o Led Zeppelin) do Judas Priest e do metal?

O álbum do novo projeto, digamos assim, do ex-guitarrista do Judas Priest, será lançado em agosto e terá o nome de "Sermons of the Sinner", nome que também remete a canções antigas do grupo. O que esperar então das outras canções?

O próprio Downing dá a letra em entrevista longa concedida ao jornalista Régis Tadeu e ao empresário Paulo Baron: "Eu sempre fui a pessoa que preservou o espírito e manteve a chama do que sempre fomos. A essência do que é o Judas Priest sempre foi um objetivo obsessivo para mim e muitas vezes senti que isso se perdia ao longo dos anos. Creio ue isso ajudou a me afastar definitivamente do grupo. Sei que tem gente na banda que gostaria que eu voltasse, mas sei também que tem gente que não quer. Então, farei o que sei fazer para manter o que considero o legado essencial da minha música."