Marcelo Moreira
Jim Morrison (FOTO: DIVULGAÇÃO)
Ele viveu rápida e intensamente, como algumas das letras de suas músicas sugeriam. Não era lá um estilista da linguagem, mas conseguia imprimir imagens fortes e polêmicas nas letras e atraiu uma legião fiel de seguidores.
Jim Morrison gostava de contar a lenda de que tinha visto um índio morrendo no Texas natal quando passava de carro por uma aldeia quando criança e que teria sentido uma conexão espiritual com a alma do suposto moribundo. Ali teria definido o seu destino. Morreria cedo, mas deixaria um grande legado.
Não dá para ignorar esse legado. Morrison emanava luxúria, hedonismo, mas também provocação e liberdade. E sua banda, The Doors, mais do que um veículo para suas fantasias, mostrou um caminho diferente para divulgar, por meio do rock, um outro tipo de mensagem rebelde.
Há 50 anos o cantor dos Doors morreu em uma banheira, aos 27 anos, supostamente de um ataque cardíaco. Não houve necropsia. Assim como Elvis Presley, povoa a mente de muita gente a sua imortalidade e a continuidade da vida. Será que ele morreu mesmo?
The Doors era uma banda icônica, transgressora, com um cantor que desafiava tudo e todos, sem limites. Se musicalmente era pobre e longe das melhores, em termos de imagem e postura era um perigo, uma força extrema que empurrava a cultura para a frente e que se tornava perigosa.
Jim Morrison era perigoso, e por isso se tornou o mito gigante do rock, um símbolo maior de um gênero musical que veio para chacoalhar tudo e afrontar. Rock é afronta, e não há artista que represente mais isso do que o cantor dos Doors.
Se em temos musicais a banda e superestimada, assim como as letras de Morrison, não há dúvidas de que, em termos de comportamento, os Doors e Morrison estiveram na vanguarda da contestação.
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